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sábado, 22 de junho de 2013

EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA AVANÇA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS

A partir do próximo semestre, estudantes de 15 cursos da rede pública de ensino técnico passam a ter a disciplina de empreendedorismo em seus currículos. A iniciativa é resultado de acordo de cooperação entre o Sebrae e o Ministério da Educação (MEC), que cria no País o Pronatec Empreendedor. Com isso, o Brasil avança junto com 50% dos países europeus que estão incluindo a educação para o empreendedorismo em suas escolas.

Os dados são de um relatório da Agência Executiva de Educação, Audiovisual e Cultura da União Europeia acerca do cenário da educação empreendedora nas escolas de 31 países europeus. Em 50% dos países pesquisados, o empreendedorismo integra as disciplinas obrigatórias do ensino médio, assim como as relacionadas às ciências econômicas e sociais. Em países como a Lituânia e a Romênia, o empreendedorismo é disciplina específica no currículo.

No Pronatec Empreendedor, o estudo da disciplina empreendedorismo também será obrigatório e comporá o currículo dos cursos, junto com as demais disciplinas. Terá até 52 horas de duração, divididas em três módulos. A matéria chegará a 15 cursos, entre eles cabeleireiro; cuidador de idoso; promotor de vendas; montador e reparador de computadores; e técnico em informática.

Entre as principais competências a serem desenvolvidas pelos alunos durante o curso estão: compreender o mercado de trabalho e o mundo do trabalho para o desenvolvimento do seu projeto de vida; identificar os tipos de empreendedorismo e suas características; reconhecer a importância do desenvolvimento de atitudes empreendedoras para o seu projeto de vida; e desenvolver um plano de vida e carreira.

No Brasil, o Pronatec Empreendedor deve englobar cerca de 1,5 milhão de estudantes de todo o país. O acordo com o MEC prevê também a capacitação pelo Sebrae de sete mil professores até 2014, além da disponibilização de especialização e/ou mestrado em educação empreendedora.

“Empreendedorismo na educação significa valorizar os processos educacionais que estimulam o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões, de forma que ele possa contribuir com ideias para o mundo dos negócios e para o ambiente em que está inserido”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “O comportamento empreendedor é útil para quem vai ter o próprio negócio ou para quem vai trabalhar em uma empresa. O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e globalizado e exige trabalhadores bem qualificados, mas que tenham um diferencial”, completa.

Em 12 desses países que constam no relatório da agência europeia são apoiadas iniciativas relacionadas com a educação para o empreendedorismo, como o fomento da cooperação entre escolas e empresas e a criação de pequenos negócios por estudantes. O Sebrae possui vários cursos de empreendedorismo no ensino formal, que vão desde o ensino fundamental até o ensino superior e já capacitou cerca de dois milhões de pessoas em educação empreendedora.

(Com informações da Agência Sebrae)

 

UNIVERSIDADES DISPUTAM NÚMERO DE PATENTES E SUCESSO DE INCUBADAS

Em busca de notoriedade acadêmica e de repasses maiores de recursos dos governos federal e estaduais, universidades públicas e privadas disputam o status de maior parceria da inovação no país. A medida que usam para se destacar é o número de patentes registradas e o índice de sucesso das empresas incubadas.

Em meio a toda essa disputa, micro e pequenos empresários precisam saber separar o joio do trigo. Ou como escolher, entre as 154 incubadoras de inovação tecnológica que existem no País, quais as que são realmente confiáveis e que podem ajudar sem colocá-los em situação de risco.

O conceito de inovação aberta traz muitos elementos para essa discussão. Não há dúvidas entre especialistas e investidores que há inúmeras vantagens em se investir em um modelo como esse: redução de custos no desenvolvimento de inovação tecnológica, alavancagem de recurso barato, contato direto com investidores, mobilização de diferentes agentes e instrumentos de mercado, expansão da rede de relacionamento, entrar na cadeia de grandes empresas, conhecer outras tecnologias, troca e aprofundamento de conhecimento, além do aparato acadêmico de pesquisa e desenvolvimento.

Os responsáveis pela inovação nas universidades defendem que oferecem ambiente único e privilegiado a detentores de ideias inovadoras. “Há 15 dias, a Bosch bateu na minha porta atrás de um projeto inovador. Mostrei os 119 que mantemos aqui incubados. Eles gostaram de um. Criamos o ambiente aberto de discussão entre os agentes interessados, que perceberam que precisavam de um banco para rodar um aplicativo para pequenos pagamentos. Já temos um possível banco investidor que é um dos cinco maiores do País”, exemplifica Sérgio Risola, diretor-executivo do Cietec, instalado na Cidade Universitária de São Paulo. O Cietec tem 146 patentes geradas. Por ano, são 14 novos projetos aprovados para serem monitorados, por cerca de três anos (podendo chegar a cinco). “O índice de sucesso de nossa incubada é superior a 90%”, afirma.

A Unicamp e a FGV também despontam na lista de alta referência no apoio a pesquisa e desenvolvimento, patentes e ambiente de inovação aberta. Nessa corrida, além dos centros de tecnologia e das incubadoras que mantêm, realizam campeonatos de inovação com premiações que vão muito além dos recursos financeiros. O grupo vencedor (ou os grupos) receberá todo apoio para viabilizar o seu negócio, por meio de parceiros, investidores e pesquisadores, criando, para tanto, comunidades abertas.

“Em 2012, 50 equipes englobando 194 pessoas, se inscreveram no Desafio Unicamp. Uma equipe com quatro integrantes foi premiada. Cada um recebeu R$ 3 mil em dinheiro, uma bolsa de estudos para o programa “RedEmprendia” e três anos incumbado para viabilizar seus projeto”, diz Beatriz Florence Martelli, responsável pela coordenação da competição. Desde 2003, a Inova Unicamp foi responsável por 94 patentes licenciadas. Já passaram pela In Camp (incubadora da Unicamp), 35 empresas. Hoje, são 10. “Nosso índice de sucesso está em 90%”.

Na GVCepe, a novidade deste ano está no Desafio Brasil 2013, que tem parceria com a Universidade de Berkeley, dos EUA. “Ele será o primeiro a ser desenvolvido no país dentro dos princípios de inovação aberta. Em um ambiente de co-criação, os competidores discutirão conceitos e poderão adaptá-los às suas propostas iniciais até o fim da premiação. Não vamos filtrar empreendedores, mas sim ideias, que serão julgadas pelos membros das comunidades abertas”, diz Bruno Rondani, que além de sócio-fundador da Allagi é coordenador do Desafio Brasil da FGV. No ano passado foram mais de 1,5 mil inscrições. Para 2013, mais de 160 grandes empresas já se cadastraram para oferecer premiações paralelas aos projetos.

Apesar dos muitos pontos favoráveis, as micro e pequenas empresas devem tomar alguns cuidados e saber dos riscos em participar das comunidades abertas em inovação. O pior deles é estar em um processo com regras não muito claras. Nesses casos, é natural que a empresa queira proteger a sua propriedade intelectual, pois, se abri-la totalmente dificilmente manterá um diferencial de mercado. “Não se deve abrir o código do registro da patente, sob o risco de entregar algo importante a um concorrente. Ter confiança no ambiente das comunidades e em quem está promovendo é fundamental”, diz César Mufarej, co-fundador da Tree Labs, aceleradora de startups. “Nosso trabalho é identificar possíveis falhas e corrigi-las para acelerar o ritmo de crescimento das empresas’, afirma.

(Com informações do Valor Econômico)

quinta-feira, 20 de junho de 2013

NUEVAS OPORTUNIDADES LABORALES: ¿ESTÁS PREPARADO?

Revisando esta semana las revistas de negocios locales puede observar el análisis sobre las expectativas de crecimiento de la economía peruana. Según el MEF, se estima que el primer trimestre la economía crecerá un 6.4%. Mientras que la opinión del BCR, estima que la economía crecerá un 6.2% anual para este 2013. Adicionalmente, el Perú es el cuarto país en el mundo con expectativas más altas de empleo. En Latinoamérica, ocupa el tercer lugar, por detrás de Panamá y Brasil.

 

En ese escenario, ¿estás preparado para las oportunidades laborales que se pueden presentar en el mercado local?

 

A continuación algunos concejos para estar preparado para las oportunidades de crecimiento profesional que se puedan presentar y cumplir con el desarrollo profesional esperado:

 

Marca personal.- es la imagen que buscas desarrollar de forma integral en tu vida personal así como en la profesional. Implica hacer un diagnóstico de tu perfil, muy similar al que desarrollan las empresas en sus planes estratégicos. Las preguntas iniciales para cada profesional que busca diseñar su marca persona son: ¿Cuál es la propuesta de valor que ofreces al mercado?¿Cómo te diferencias del resto de profesionales?. Una vez que tienes definido tu marca personal, el factor marketing entra en juego: el comunicar al mercado de las actividades que desarrollas dentro de la organización así como en la sociedad te permitirá estar siempre un paso adelante del resto de profesionales.

 

Mercado en el sector.-estés o no en la búsqueda de empleo, es clave para todo profesional estar pendiente de las tendencias del mercado así como de los cambios o innovaciones en la especialidad en la que trabajas. Revisa constantemente los movimientos en las empresas y participa en foros de tu especialidad. El contacto con profesionales del sector te va permitir consolidar tus relaciones de trabajo, conocer de mejores prácticas y oportunidades laborales que existan en el mercado. Otra forma de estar presente en el sector es pertenecer a asociaciones y tener participación activa de manera presencial o virtual en los grupos que existen en las redes sociales. Recuerda que tu red de contactos va ser clave cuando decidas buscar nuevas oportunidades de carrera.

 

Redes Sociales.- teniendo en cuenta que más del 70% de profesionales tiene acceso a internet y  a redes sociales, las preguntas que surgen son: ¿Su perfil profesional está presente en internet? ¿Tiene usted una cuenta en Linkedin? Si no la tiene, considere desde ahora desarrollar un perfil profesional donde pueda mostrar al mercado los roles, resultados, publicaciones, entrevistas y artículos de opinión así como asociaciones donde tiene un rol activo. Los reclutadores están revisando constantemente en la web en la búsqueda de candidatos para todas las disciplinadas. 

 

Finalmente, es momento de hacer un análisis personal y tomar ventaja de las condiciones de mercado para desarrollar un “FODA” personal  (Fortalezas, Oportunidades, Debilidades y Amenazas) para establecer planes de acción y seguir construyendo carrera.

Leer más: http://blogs.semanaeconomica.com/blogs/gestionando-personas/posts/nuevas-oportunidades-laborales-estas-preparado?utm_source=boletin&utm_medium=matutino&utm_campaign=2013-02-13#ixzz2KpLbhEJ9

CLIMA TEM ESFORÇO UNIFICADO

Klink (E), ao lado de Eck, da Casa Civil: “A expectativa é desenvolver propostas de trabalhos concretos.” Foto: Martim Garcia/MMA

Governo federal reúne representantes de 13 estados. Em pauta, a redução das emissões de gases poluentes no país.

Os governos federal e estaduais unificaram esforços no combate ao aquecimento global. Representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de outras órgãos do Executivo e de 13 unidades da federação reuniram-se nesta terça-feira (19), em Brasília, para a instalação do Núcleo de Articulação sobre o Clima. O grupo discute medidas necessárias para a adaptação e redução das emissões de gases poluentes no país.

O objetivo é estimular o diálogo entre as diferentes esferas de governo dentro do Grupo Executivo (Gex) sobre Mudança do Clima. O secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Carlos Klink, reforçou a importância da formação do Núcleo. “Existe a necessidade de harmonização dos setores em vários níveis de discussão”, afirmou. “A expectativa é desenvolver propostas de trabalhos concretos.”

Revisão

Os assuntos prioritários em relação ao combate das emissões de gases de efeito estufa devem ser definidos e solucionados pelos integrantes do Núcleo. Entre as principais ações previstas para 2013, está a revisão do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). De acordo com Klink, o documento deve passar por consulta pública e as contribuições devem ser consolidadas até o fim do ano.

A aproximação com os estados deve trazer resultados positivos para as medidas governamentais. Para Johannes Eck, representante da Casa Civil, será possível equalizar a realidade e as necessidades de cada região do país. “O Plano Nacional não tem justificativa se não houver um nível de diálogo com os estados e com as próprias legislações estaduais”, ressaltou.

* Publicado originalmente no site Ministério do Meio Ambiente.  - (Ministério do Meio Ambiente) 

 

CIÊNCIA PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZA

Motivado pelo tema de um evento que reuniu nesta semana Academias de Ciências de todo o mundo no Rio de Janeiro, Carlos Alberto dos Santos comenta em sua coluna de março o papel da educação na base do desenvolvimento científico e a importância da integração regional nesse setor.

A educação superior é a base para a construção do sistema científico e tecnológico de qualquer país. (foto: Sxc.hu)

Ciência para a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável foi o tema da VII Conferência e Assembleia Geral da Rede Global de Academias de Ciências (IAP), realizada entre os dias 24 e 26 de fevereiro de 2013 no Rio de Janeiro. É óbvio que a limitação contextual do título é apenas circunstancial. Os organizadores do evento decerto compartilham da ideia de que é a ciência transformada em tecnologia o principal vetor para a erradicação da pobreza.

Mas, para além desse viés conceitual, o tema obrigatoriamente nos remete a questões educacionais, que em última instância são o suporte para os sistemas científicos e tecnológicos (C&T) de qualquer país. Ou seja, a um bom sistema de C&T deverá anteceder um bom sistema de educação superior, que, por sua vez, deverá ser antecedido de um bom sistema de educação básica.

A um bom sistema de C&T deverá anteceder um bom sistema de educação superior, que, por sua vez, deverá ser antecedido de um bom sistema de educação básica

Sendo esse evento o cenário básico do escopo desta coluna, permito-me a ele dedicar algumas reflexões de cunho sociopolítico, tendo como foco a integração da América Latina e do Caribe, região indiscutivelmente carente dos benefícios tecnológicos correntes e usuais nos países mais avançados.

De imediato, destaco o fato de que, com exceção dos brasileiros, apenas dois representantes de países latino-americanos e caribenhos (Nicarágua e México) participaram do encontro na qualidade de relator ou palestrante. Seria isso o simples reflexo da baixa representatividade da região na comunidade científica internacional? Qualquer que seja a razão, aqui se tem mais uma motivação para tratar a questão do ponto de vista integracionista.

Apenas pelo interesse conceitual, olhemos para a Comunidade Europeia (CE), tangenciando os acontecimentos políticos e econômicos dos últimos cinco anos. Não há como negar, do ponto de vista puramente heurístico, que os planos estratégicos da CE são consistentes com a formação de uma comunidade regional.

No âmbito da educação superior, esses planos estratégicos foram sistematizados noProcesso de Bolonha

,  acordo firmado em Portugal em 1999 por ministros de 29 países europeus. Inicialmente denominado Declaração de Bolonha, o acordo teve como objetivo o estabelecimento, até 2010, de um Espaço Europeu de Educação Superior (EEES) coerente, competitivo e atrativo para estudantes europeus e de outras regiões. A construção do EEES sempre foi considerada peça fundamental para promover a mobilidade e a empregabilidade dos cidadãos, elementos definidores de uma comunidade regional.

Com essas iniciativas europeias em mente e a integração latino-americana e caribenha como objetivo, seremos levados a supor que os notáveis retrocessos no estabelecimento de uma comunidade regional neste lado de cá do oceano atlântico podem ter a ver com o fato de que ainda não temos, pelo menos de modo efetivo, algo como o Processo de Bolonha, ou um Espaço Latino-americano e Caribenho de Educação Superior.

No âmbito do Mercosul, a Comissão Regional Coordenadora de Educação Superior (CRC-ES) assemelha-se ao Processo de Bolonha. Mas sua atuação tem baixa visibilidade e poucas iniciativas lhe são atribuídas, como a louvável criação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Superior do Mercosul (Nepes). Entre os objetivos do Nepes, destaca-se a promoção de investigações intrarregionais que tenham por objeto a problemática da educação superior no Mercosul e sua contribuição para a integração regional.

Ainda há poucas iniciativas no âmbito educacional para promover a efetiva integração da América Latina e do Caribe em uma comunidade regional. (foto: Sxc.hu)

Por outro lado, o Programa Latino-americano de Física (Plaf), que tem entre seus objetivos facilitar e encorajar a circulação de estudantes de física entre as instituições de ensino e pesquisa da região e apoiar e estimular atividades durante a formação em física em todos os níveis, aparentemente não tem conexão com a CRC-ES.

É provável que essa desconexão tenha resultado da baixa visibilidade da Comissão, uma vez que a principal justificativa para sua existência é perfeitamente consistente com a parte educacional do Plaf, ao ressaltar que, no âmbito da educação superior, a necessidade de espaço acadêmico regional, a melhoria de sua qualidade e a formação de recursos humanos constituem os elementos essenciais para estimular o processo de integração.

Desvincular a formação de professores de ciências das metas integracionistas nos parece incoerente com a implementação de colaborações científicas e tecnológicas de alto nível

Outro caso de aparente desconexão entre objetivos e ações são os rumores de que gestores de alguns países latino-americanos e caribenhos não gostariam que seus professores da educação básica fossem formados em outros países. Se isso não passar de mito, convém que a situação seja contornada o mais breve possível, pelo menos no que se refere à formação de professores de ciências da natureza, o lastro do sistema de C&T. Esse tipo de resistência não se coaduna com a meta da CRC-ES de implementar ações na área de formação docente em conjunto com a Comissão Regional Coordenadora de Educação Básica.

Desvincular a formação de professores de ciências das metas integracionistas, como sugerido pelos rumores acima, nos parece incoerente com a implementação de colaborações científicas e tecnológicas de alto nível.

A contribuição da C&T para a erradicação da pobreza em escala regional, precisamente na América Latina e Caribe, depende em larga medida do efetivo estabelecimento de um espaço educacional, científico e tecnológico que propicie a implementação de colaborações em cada uma dessas áreas e facilite a mobilidade e a empregabilidade dos cidadãos independentemente do seu país de origem na região. 

Carlos Alberto dos Santos

Professor-visitante sênior da Universidade Federal da Integração Latino-americana

Ciência Educação Relações internacionais

PESQUISADORES BRASILEIROS AVALIARÃO BIOENERGIA PARA A UNESCO

Relatório sobre sustentabilidade deverá apoiar governos e instituições associadas à ONU na tomada de decisões relacionadas ao assunto. Foto: www.brasilescola.com

Agência Fapesp – Pesquisadores dos programas Fapesp de pesquisa em Bioenergia (BIOEN), Biodiversidade (BIOTA) e Mudanças Climáticas foram convidados pela Secretaria do Comitê Científico para Problemas do Ambiente (Scope), sediado na Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a realizar um Processo Rápido de Avaliação (Rapid Assessment Process, em inglês) sobre biocombustíveis e sustentabilidade.

A avaliação deverá resultar em um “Resumo de políticas” contendo uma série de recomendações da academia, indústrias, instituições governamentais e não governamentais (ONGs) para apoiar a tomada de decisões relacionadas a biocombustíveis e sustentabilidade por parte de empresas, governos e instituições internacionais associadas à Organização das Nações Unidas (ONU).

“O documento deverá ter um grande impacto e ser consultado por governos de diversos países interessados em produzir e utilizar biocombustíveis para abastecer suas frotas de veículos”, disse Glaucia Mendes Souza, professora do Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP) e membro da coordenação do BIOEN, à Agência Fapesp.

Segundo Souza, que é a primeira mulher a dirigir um Rapid Assessment Process na história do Scope, esta será a segunda avaliação sobre biocombustíveis e sustentabilidade realizada pelo comitê, que já produziu relatórios sobre outros temas, como mudanças ambientais globais, segurança alimentar e biodiversidade.

A primeira avaliação, liderada por pesquisadores da Universidade de Cornell, dos Estados Unidos, no entanto, foi publicada em junho de 2009, com base em dados reunidos até 2007.

“Pretendemos fazer agora nesta nova avaliação uma atualização do estado da arte das pesquisas sobre biocombustíveis, porque já se passaram seis anos desde que o primeiro relatório foi publicado e muita coisa mudou”, avaliou Souza.

O primeiro relatório contou com a colaboração de Luiz Antonio Martinelli e Reynaldo Victoria – ambos do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP.

Martinelli tem diversos projetos de pesquisa apoiados pela Fapesp e Victoria é membro da coordenação do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.

“Em poucos anos, em função da qualidade da ciência que temos demonstrado, passamos de espectadores a líderes no debate global sobre a sustentabilidade de biocombustíveis”, avaliou Souza.

Processo de avaliação

De modo a iniciar o processo de avaliação, pesquisadores dos três programas de pesquisa da Fapesp e do Scope realizaram, no dia 26 de fevereiro, na Fapesp, um workshop conjunto para descrever e identificar problemas, desafios e compartilhar perspectivas sobre a sustentabilidade dos biocombustíveis.

Além de pesquisadores participantes do BIOEN, BIOTA e Mudanças Climáticas, que lideram a produção do relatório, o evento contou com a participação de especialistas em diferentes aspectos da produção de biocombustíveis e bioenergia, provenientes de diversos países.

Entre eles, José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, Lee Lynd, professor da Dartmouth University, Chris Sommerville, da Universidade de Berkeley, e Helena Chum, do Laboratório Nacional de Energias Renováveis, dos Estados Unidos.

Jeremy Woods, do Imperial College, do Reino Unido, Jack Saddler, da University of British Columbia, do Canadá, Andre Faaij, da Utrecht University, Patricia Osseweijer, da Delft University, da Holanda, e Jon Samseth, da Hogskolen I Oslo Og Akershus, da Noruega, também participaram do evento.

Completaram a lista de participantes Brian Huntley, da Universidade de Stellenbosh, da África do Sul, e Stephen Karekezi, da African Energy Policy Research Network, do Quênia – países que representam a nova fronteira de expansão de biocombustíveis no mundo.

“Esse grupo de especialistas de diferentes regiões do mundo, que representam instituições de pesquisa com grandes projetos na área de bioenergia, vai nos ajudar a guiar a elaboração das recomendações que integrarão o documento e a propagá-las”, afirmou Souza.

“Para que as recomendações possam realmente surtir o efeito esperado, é preciso falar sobre elas por anos, de modo que sejam propagadas e implementadas”, avaliou.

Volume final

Os pesquisadores participantes do evento, que integram o comitê científico da iniciativa, realizaram uma série de reuniões a fim de discutir sobre políticas para expansão sustentável da produção de biocombustíveis no mundo e o exemplo dado pelo Brasil nessa área, entre outras questões.

As ideias surgidas durante as reuniões, além de informações, materiais e avaliações obtidas pelo comitê científico com pesquisadores e organizações de diferentes países, embasarão capítulos preparatórios, que serão produzidos ao longo dos próximos meses, para elaboração das recomendações.

Na primeira semana de dezembro de 2013, o comitê científico do projeto vai se reunir na sede da Unesco, em Paris, na França, para escrever os capítulos em que serão abordados os aspectos econômicos e sociais mais transversais da produção de biocombustíveis.

“Passaremos uma semana debruçados sobre as questões mais complexas relacionadas à produção de biocombustíveis, para elaborar propostas de implementação práticas e objetivas, que realmente sejam úteis para quem toma decisões de políticas públicas”, disse Souza.

Os capítulos gerais escritos pelos pesquisadores passarão por revisão, adaptação e edição antes de serem publicados em um volume final, com a síntese das recomendações, previsto para ser divulgado em 2014.

* Publicado originalmente no site Agência Fapesp. - por Elton Alisson, da Agência Fapesp

 

SUBSTITUIR LIXÕES POR ATERROS AUMENTARÁ EMISSÃO DE METANO

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os lixões do Brasil devem ser substituídos por aterros sanitários até 2014. A medida garante que o lixo produzido no país, finalmente, tenha destinação correta, mas aumenta a emissão de metano no ar, acendendo o debate a respeito da oportunidade de produzir eletricidade a partir de biogás no Brasil.

Considerado um gás 25 vezes mais potente do que o CO2, quando o assunto é a contribuição para o efeito estufa, o metano está cada vez mais presente no ar que respiramos. Dados da Iniciativa Global do Metano (GMI) apontam que a concentração do gás aumentou nos países em desenvolvimento nos últimos 260 anos e, principalmente, a partir de 2007 por conta do crescimento da produção e descarte de resíduos sólidos – entre outras atividades, como a agricultura e pecuária.

No Brasil, esse cenário pode piorar ainda mais. Isso porque a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 2010, determina, entre outras mudanças, que até o ano de 2014 todos os lixões do país devem ser fechados e substituídos por aterros sanitários. “A medida é de suma importância, uma vez que garantirá a destinação correta do lixo produzido no país, mas aumentará a emissão de gás metano”, alertou Christopher Godlove, da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, durante palestra no evento delançamento do Manual de Boas Práticas no Planejamento para a Gestão dos Resíduos Sólidos

.

O especialista explica por quê. “Ao mandarmos os resíduos sólidos para locais que possuem condições mais adequadas para recebê-los, como os aterros sanitários, favorecemos sua decomposição e, consequentemente, aumentamos a liberação de metano, proveniente da degeneração anaeróbia de matéria orgânica”, esclareceu.

A informação serve de alerta para os governos do país, que devem começar a pensar desde já em alternativas para o problema. Para Godlove, a melhor delas é capturar o biogás para utilizá-los na produção de eletricidade. “É uma fonte abundante, já que o metano é emitido 24 horas por dia, sete dias por semana, nos aterros. No entanto, deve-se ter em mente que a produção de energia elétrica por biogás não tem potencial para ser parte expressiva da nossa matriz. Trata-se de uma boa fonte de energia local, que pode servir como backup”, explicou o especialista.

Segundo o Atlas Brasileiro de Emissões de GEE e Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil tem potencial para produzir mais de 280 megawatts de energia a partir do biogás capturado em unidades de destinação de resíduos sólidos. O volume seria suficiente para abastecer uma população de cerca de 1,5 milhão de pessoas.

No Estado de São Paulo, já existem duas usinas de metano implantadas nos aterros sanitários Bandeirantes e São João, localizados nas cidades de Perus e São Mateus. De acordo com o Atlas da Abrelpe, o Brasil conta com 22 projetos que preveem o aproveitamento energético do biogás, sendo que a maioria deles é destinado à região sudeste. “Para aumentar esse número, é interessante que haja subsídio do governo. Não se trata de uma regra, cada caso é um caso, mas no geral aterros sanitários que tenham mais de 500 mil toneladas de resíduos sólidos são promissores para o desenvolvimento de projetos de geração de energia elétrica”, concluiu Godlove.

Considerado um gás 25 vezes mais potente do que o CO2, quando o assunto é a contribuição para o efeito estufa, o metano está cada vez mais presente no ar que respiramos. Dados da Iniciativa Global do Metano (GMI) apontam que a concentração do gás aumentou nos países em desenvolvimento nos últimos 260 anos e, principalmente, a partir de 2007 por conta do crescimento da produção e descarte de resíduos sólidos – entre outras atividades, como a agricultura e pecuária.

No Brasil, esse cenário pode piorar ainda mais. Isso porque a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada em 2010, determina, entre outras mudanças, que até o ano de 2014 todos os lixões do país devem ser fechados e substituídos por aterros sanitários. “A medida é de suma importância, uma vez que garantirá a destinação correta do lixo produzido no país, mas aumentará a emissão de gás metano”, alertou Christopher Godlove, da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, durante palestra no evento delançamento do Manual de Boas Práticas no Planejamento para a Gestão dos Resíduos Sólidos.

O especialista explica por quê. “Ao mandarmos os resíduos sólidos para locais que possuem condições mais adequadas para recebê-los, como os aterros sanitários, favorecemos sua decomposição e, consequentemente, aumentamos a liberação de metano, proveniente da degeneração anaeróbia de matéria orgânica”, esclareceu.

A informação serve de alerta para os governos do país, que devem começar a pensar desde já em alternativas para o problema. Para Godlove, a melhor delas é capturar o biogás para utilizá-los na produção de eletricidade. “É uma fonte abundante, já que o metano é emitido 24 horas por dia, sete dias por semana, nos aterros. No entanto, deve-se ter em mente que a produção de energia elétrica por biogás não tem potencial para ser parte expressiva da nossa matriz. Trata-se de uma boa fonte de energia local, que pode servir como backup”, explicou o especialista.

Segundo o Atlas Brasileiro de Emissões de GEE e Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil tem potencial para produzir mais de 280 megawatts de energia a partir do biogás capturado em unidades de destinação de resíduos sólidos. O volume seria suficiente para abastecer uma população de cerca de 1,5 milhão de pessoas.

No Estado de São Paulo, já existem duas usinas de metano implantadas nos aterros sanitários Bandeirantes e São João, localizados nas cidades de Perus e São Mateus. De acordo com o Atlas da Abrelpe, o Brasil conta com 22 projetos que preveem o aproveitamento energético do biogás, sendo que a maioria deles é destinado à região sudeste. “Para aumentar esse número, é interessante que haja subsídio do governo. Não se trata de uma regra, cada caso é um caso, mas no geral aterros sanitários que tenham mais de 500 mil toneladas de resíduos sólidos são promissores para o desenvolvimento de projetos de geração de energia elétrica”, concluiu Godlove.

Arquitetos criam espaço com material reaproveitado

ARQUITETOS CRIAM ESPAÇO COM MATERIAL REAPROVEITADO

 

Os arquitetos do estúdio Hessell construíram, para o Festival Annual de Gastronomia e Vinho de Melbourne, na Austrália, um bar cujo material usado é composto por pallets e contêineres reaproveitados.

O Urban Coffee Farm and Brew Bar está instalado na Queensbridge Square, e possui uma estrutura livre e aberta que remete a uma fazenda; com isso os clientes podem desfrutar seu café em um ambiente ao ar livre.

Uma das características do projeto é a possibilidade da estrutura ser móvel, ou seja, ela poderá ser desmontada e remontada em qualquer lugar, pois suas peças são adaptáveis. São usados pallets em todos os detalhes da decoração e nas mais diversas funções, tais como abrigo, assento, suporte e cachepô para vasos e plantas. Já a estrutura onde está localizado o café é composta por um contêiner, o que garante proteção e durabilidade.

Nos espaço é possível ver 125 pés de café reaproveitados de uma estrutura abandonada, e mais duas mil plantas nativas da região, o que caracteriza o local como uma selva urbana. Após o evento toda vegetação será replantada de forma definitiva em área permanente.

Os outros materiais referentes ao espaço também serão devolvidos, os pallets retornarão para empresa fornecedora e os contêineres serão redirecionados para outra reutilização.

*Com informações do Ciclo Vivo

 

ESTADOS-MEMBROS PEDEM A TRANSFORMAÇÃO DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DO PNUMA EM ASSEMBLEIA AMBIENTAL DA ONU

Organização fortalecida para implantar o Futuro que Queremos

Para fortalecer o papel do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) como plataforma global para construção e definição de políticas ambientais, representantes de governo presentes no Conselho Administrativo do PNUMA, realizado na semana passada em Nairobi, no Quênia, pediram que o encontro anual se torne a Assembleia Ambiental da ONU. Os participantes também decidiram estreitar a interface entre política e ciências, endossando uma conexão mais forte entre os processos científicos do Panorama Ambiental Global (GEO) e suas reuniões ministeriais.

Outro consenso da reunião foi o apoio a uma participação maior do PNUMA no Orçamento Regular da ONU a partir de 2014, o que reforça a confiança dos governos na expertise do Programa.

 

Reunidos pela primeira vez em uma sessão do Conselho Administrativo com participação universal, ou seja, aberta aos 193 Estados-Membros da ONU, as decisões tomadas atendem ao que estabelecido no documento O Futuro que Queremos, resultado da Rio+20.

 

“O tema desta sessão histórica do Conselho Administrativo foi ‘Rio+20: Dos resultados à implementação’, e foi precisamente o que aconteceu”, afirma o Subsecretário da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, Achim Steiner. “Ministros do meio ambiente e outros representantes endossaram o fortalecimento e o aprimoramento do PNUMA em uma instituição mais bem estruturada para servir ao planeta. Nossa equipe está mais bem equipada para enfrentar os desafios impostos pela degradação dos ecossistemas e pelos altos níveis de gases estufas, potencializando a transformação rumo ao desenvolvimento sustentável”, completa.

 

“Ainda dentro das recomendações do documento final da Rio+20, os governos seguiram a sua implementação ao apoiar 30 países em um programa de transição para a Economia Verde; fortalecendo a interface entre ciências e política; reforçando a aplicação das leis ambientais em questões urgentes; e oferecer apoio às energias renováveis de acordo com a Convenção de Clima da ONU e à iniciativa 10YPF, um conjunto de programas com uma década de duração para dissociar o uso de recursos naturais do crescimento econômico”, disse ainda Steiner.

 

“Baseados em indícios científicos, chefes de Estado na Rio+20 produziram relatórios como o GEO 5 e estruturaram novos caminhos e direções para um futuro sustentável. Aqui ministros e delegações de mais de 150 países foram os arquitetos e projetistas de um PNUMA evoluído, de grande autoridade, impacto e ferramentas para construir o Futuro que Queremos”.

 

Outras relevantes decisões tomadas na sessão do Conselho Administrativo foram:

 

·        Um consórcio liderado pelo PNUMA coordenará o Centro e Rede para Tecnologia do Clima (CTCN, na sigla em inglês), que colocará em prática os mecanismos tecnológicos da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas da ONU (UNFCCC). Os campos de atuação incluem os transportes de baixo carbono e eficiência energética em construções, entre outros.

·        A operação da 10YPF, uma iniciativa de 10 anos focada na produção e consumo sustentáveis. Liderada pelo PNUMA, a iniciativa auxiliará os países a desenvolver programas de compras sustentáveis, projeto de educação para a sustentabilidade, turismo sustentável e outros aspectos do documento O Futuro que Queremos.

·        Em outubro, será organizada no Japão uma convenção diplomática intergovernamental para formalizar a adoção à Convenção de Minamata sobre Mercúrio e a limitação das emissões do metal tóxico. O texto da convenção foi finalizado em janeiro, em Genebra, e será aberto para assinaturas.

 

Economia Verde inclusiva

 

O presidente do Conselho Administrativo do PNUMA, Hassan Abdel Hilal, ministro do Aeio Ambiente, Florestas e Desenvolvimento Físico do Sudão, apontou em seu sumário do evento que diversas autoridades solicitaram um esforço conjunto para favorecer a Economia Verde no âmbito do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza. Muitos sugeriram esforços focados em áreas que podem dar uma resposta rápida, como energia, água e agricultura.

 

O PNUMA apresentou a Parceria para Ação pela Economia Verde (PAGE, na sigla em inglês) para implementar os resultados da Rio+20 e atender a necessidades de países que buscam a transformação para uma Economia Verde. O projeto dará suporte ao programa de Economia Verde em 30 países se valendo da experiência do PNUMA, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (UNITAR).

 

Metas de Desenvolvimento Sustentável

 

Questões para o meio ambiente na Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 também foram discutidas na reunião. Amina J Mohamed, Conselheira Especial do Secretário Geral para o Planejamento de Desenvolvimento Pós-2015, informou que há um debate sobre o estabelecimento de um conjunto de Metas de Desenvolvimento Sustentável. O presidente do Conselho Administrativo informou que muitos participantes opinaram que o PNUMA deve ter um papel relevante na promoção da sustentabilidade ambiental pós-2015 e que padrões de consumo e produção sustentáveis devem fazer parte das Metas.

 

Legislação ambiental

 

Os governos deram grande incentivo à legislação ambiental, seguindo o que foi convencionado no Congresso Mundial de Justiça, Governança e Legislação para a Sustentabilidade Ambiental, realizado durante a Rio+20. Os participantes indicaram que o PNUMA deve ser a liderança no tema dentro do Sistema ONU e apoiar as nações no desenvolvimento e implantação do Estado de Direito ambiental e incentivar a divulgação de informações, a realização de auditorias ambientais e a resolução de disputas.

 

Estratégias e orçamento em médio prazo

 

Uma estratégia de médio prazo até 2017 foi elaborada, com foco em temas da Rio+20 e agrupados em sete áreas prioritárias. Um plano de ação mais detalhado para 2014-2015 também foi aprovado, tendo em vista uma forte capacidade de resposta às necessidades dos Estados Membros e mais fundos para atividades diretas, dando as bases para uma maior participação do PNUMA no Orçamento Regular da ONU, ainda a ser aprovada.

 

Relatórios e encontros

 

Previamente e durante o Conselho Administrativo, o PNUMA divulgou uma série de relatórios e promoveu vários eventos paralelos. O objetivo foi oferecer mais informações aos tomadores de decisão e formuladores de políticas presentes no encontro e destacar temas importantes.

 

·        O PNUMA e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgaram estudo sobre componentes químicos poluentes que afetam o sistema hormonal, e pediram mais testes para identificar os efeitos destes componentes, comumente encontrados em produtos de limpeza ou industriais.

·        A campanha Pensar.Comer.Conservar, do PNUMA e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), ofereceu um jantar para centenas de convidados preparado com duas toneladas de alimentos produzidos no Quênia e rejeitados pelo mercado britânico. A campanha alerta sobre o desperdício de comida no mundo, que chega a 1,6 bilhão de toneladas anuais.

·        Jovens de mais de cem países estiveram na Conferência Internacional TUNZA, realizada em Nairóbi uma semana antes do Conselho Administrativo. Os participantes fizeram um pedido para que governos, empresas e sociedade civil abracem a campanha do PNUMA contra o desperdício de alimentos, e que o tema deve estar entre as Metas do Desenvolvimento Sustentável.

·        Ainda tratando do sistema global de produção de alimentos, o documento Nosso Mundo Nutriente mostrou que muitas regiões tiveram seus fluxos naturais de nitrogênio, fósforo e outros nutrientes alterados pela cadeia de produção de alimentos.

·        O Livro do Ano do PNUMA destacou o degelo acelerado no Ártico, pedindo cautela na exploração de recursos na região e na abertura de novas rotas de navegação. Outro destaque foi o tráfego ilegal de animais e de chifres e presas, em especial de elefantes e rinocerontes. Durante o encontro, o PNUMA e a cidade de Xangai assinaram um acordo para promover a conscientização sobre o tráfico de animas selvagens.

 

Ministras do Meio Ambiente

Um dia antes do Conselho Administrativo, a Rede de Mulheres Líderes e Ministras do Meio Ambiente e o PNUMA organizaram o segundo Fórum de Alto Nível sobre Gênero. As participantes solicitaram a governos e outras lideranças ambientais a indicação de oficiais para coordenação de programas de gênero e meio ambiente, e concordaram com o envio de uma proposta consolidada de ações sobre gênero para consideração do Painel Alto Nível do Secretário Geral de Pessoas Eminentes para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015. As ministras também pediram a ratificação da Convenção de Minamata, em outubro.

Outros destaques

·        Lançamento de parceria para a troca de milhões de lâmpadas de querosene e outras fontes de luz poluentes por iluminação baseada em energia solar, reduzindo cerca de 74 milhões de toneladas anuais de emissões de carbono.

·        Celebração do primeiro aniversário da Coalizão pelo Clima e Qualidade do Ar, uma iniciativa global para reduzir as emissões de carbono negro, metano e outros poluentes de vida curta. A coalizão conta com a participação de 27 países, entidades como a Comissão Europeia e o Banco Mundial e 28 organizações não governamentais.

·        Assinatura de um acordo sobre engajamento de jovens com a princesa Lalla Hasna, do Marrocos, líder da Fundação Mohamed VI para Proteção do Meio Ambiente

·        Diversas coletivas e eventos paralelos sobre Economia Verde, conexão entre meio ambiente e pobreza, Consumo e Produção Sustentáveis, energias renováveis, mudanças climáticas, transporte sustentável, o contexto pós-Rio+20 e as Metas do Desenvolvimento Sustentável.

 

Para mais informações

Nick Nuttall, Diretor de Comunicações do PNUMA, Tel: +254 733 632755, e-mail: nick.nuttall@unep.org

 

Marcelo Tavela, Assistente de Comunicação do PNUMA no Brasil, Tel. +55 61 3038-9237/9233, e-mail: comunicacao@pnuma.