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quinta-feira, 28 de junho de 2012

ESTUDANTE INGLÊS TRANSFORMA ELETRODOMÉSTICOS DESCARTADOS EM LINHA DE PRODUTOS VERDE

Os novos eletrodomésticos são feitos de cortiça natural/Fotos:Divulgação

Consertar é uma das ações que a cada dia que passa vem desaparecendo no mundo atual, onde o desejo pelo novo é cada vez maior. Eletrodomésticos é um exemplo típico de produtos que costumam ser descartados, muitas vezes ainda em bom estado de conservação. E então, você já se perguntou o que acontece com eles quando são jogados fora?

A maioria costuma parar em aterros onde representam um problema devido à sua natureza tóxica, já que possuem componentes elétricos.

Mas o estudante inglês Gaspard Tiné-Berès viu nesses produtos descartados uma nova concepção do novo, a peculiar cafeteira e torradeira foram combinadas com cortiça e viraram uma linha de produtos que, além de verde, é esteticamente bonita.

 

 

A estrutura principal dos aparelhos é feita de cortiça natural que é um material impermeável e com propriedades anti-bacteriana e isolante. Além disso, a cortiça pode ser recomposta, a fim de utilizar todas as partes. O projeto não necessitou de molde e ainda pode ser frequentemente atualizado, reparado ou alterado, conforme necessário.

 

 

 

 

 

 

 

"Estou investigando um modelo de negócio baseado na exploração de tais recursos, a partir das soluções existentes, tais como reutilização. Estou propondo um sistema que reunisse conceitos, tais como, a fabricação local e a requalificação de trabalho europeu", explicou Gaspar em seu portal. "A minha intenção é produzir uma variedade de dispositivos elétricos com uma vida estética nova e estendida e que poderiam ser produzidos com soluções de ferramentas simples e de baixo custo", completou.

 

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2012/junho/estudante-ingles-transforma-eletrodomesticos http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2012/junho/estudante-ingles-transforma-eletrodomesticos

Q & A: ENVOLVIMENTO DAS COMUNIDADES LOCAIS CHAVE PARA A ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Patricia Grogg entrevistas Quiros biólogo marinho

Estabelecer alianças com as comunidades costeiras é essencial. Crédito: Jorge Luis Baños / IPS

HAVANA, 21 de junho de 2012 (IPS) - Para preservar o meio ambiente e se adaptar às mudanças climáticas, as alianças devem ser feitas com as comunidades de pessoas locais, com vista a educar, em vez de ditar-lhes.

Essa é a máxima sustentada por Ángel Quirós, um biólogo marinho e diretor de Los Caimanes National Park, uma área protegida que é economicamente e ambientalmente importantes para Cuba e no Caribe.

"Nós apoiamos o conhecimento, alternativas sustentáveis ​​e conservação. Trabalhando com os assentamentos humanos ao redor do parque é um aspecto fundamental ", disse à IPS Quirós, descrevendo sua estratégia de trabalho que também visa adaptar-se ao impacto previsível das alterações climáticas sobre a vida marinha.

 

Q: Qual é Los Caimanes National Park, e onde ela está localizada?

R: É uma área marinha, cerca de 300 quilômetros quadrados de tamanho, dos quais apenas 0,04 por cento está acima do nível do mar. Ele está localizado no centro-norte de Cuba, e está entre as águas mais setentrionais territoriais do país.

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Q: Qual é a sua importância ambiental e económica para o país?

 

R: Sua principal atração é a riqueza de sua biodiversidade, visto em uma variedade de aspectos. O Los ecossistema Caimanes é um terreno fértil para cinco espécies de pargo (da família Lutjanidae) e quatro espécies de garoupa (da família Serranidae), um fenômeno extraordinário nas ilhas do Caribe.

 

Para ser preciso, em Los Caimanes temos carneiro pargo (Lutjanus analis), cubera pargo (Lutjera cyanopterus), cinza, pargo (Lutjanus griseus), pargo pista (Lutjanus synagris), Nassau garoupa (Epinephelus striatus), albacora garoupa (Mycteroperca Venenosa) , tigre garoupa (Mycteroperca tigris), pargo traseira (Epinephelus guttatus) e cão vermelho (Lutjanus jocu).

 

Q: Estas não são as únicas espécies encontradas no parque. Eles são o foco principal dos esforços de proteção?

R: Há muitas outras espécies, centenas deles, mas estes são os mais conhecidos, porque eles são muito procurados nos mercados nacionais e internacionais.

 

Eles são peixes de recife com carne branca magra, que são muito preferido sobre peixes oleosos. Por isso nos concentramos nossa atenção na garoupas e pargos, porque eles são muito apreciados e são importantes espécies comerciais.

 

Em termos de protecção que são o que são conhecidos como "espécies guarda-chuva". Em outras palavras, quando estas espécies estão protegidas, outras espécies do mesmo habitat, estão protegidos também, como se fossem guarda-chuva sob as espécies protegidas ". É jargão de conservação.

 

Q: Qual é a importância de Los Caimanes Parque Nacional para o Caribe como um todo?

A: Proteger essas espécies é importante para toda a costa norte de Cuba, porque dispersam suas larvas por toda esta área, e até um pouco além. É possível que muitas das garoupas e pargos nas Bahamas e no estado da Flórida EUA foram gerados em Los Caimanes. Isso significa que temos de âmbito internacional que apela a uma maior responsabilidade e esforço extra.

 

Quando os peixes formam agregações para desova, o que fazem no mesmo local e ao mesmo tempo, a cada ano, eles são presas vulneráveis. Pesca nessas áreas é comum, mas é uma prática insustentável. Alternativas devem ser buscadas.

 

Q: Que desafios as alterações climáticas representam para a proteção e estratégias de conservação de Caimanes Los?

R: O aumento do nível do mar é um enorme desafio para as nações insulares. É o risco mais frequentemente discutido. Mas o aumento da temperatura dos oceanos também é preocupante.

 

Todas as espécies vivem dentro de uma gama dada temperatura. Existe um mínimo e uma temperatura máxima que pode tolerar.

Qualquer alteração no intervalo de temperatura significa que a composição de espécies das alterações do ecossistema. Algumas espécies podem desaparecer do seu habitat normal, enquanto outros podem expandir-se em números, causando danos graves para a estabilidade das cadeias alimentares. Processos reprodutivos também estão associados com temperaturas particulares.

 

Temperaturas do oceano ter efeitos indiretos sobre animais marinhos também, porque eles afetam outros fatores ambientais, como salinidade ou a concentração de gases dissolvidos na água do mar.

 

Q: Parece que há ainda alguma incerteza sobre como a mudança climática afetará Caimanes Los.

R: Bem, nós temos que descobrir o que vai acontecer com o local de desova Los Caimanes. Será que vai manter allof suas espécies presentes? Será que alguns, ou todos, de suas espécies desaparecem? Será que vão ser substituídos por outros? O valor comercial das novas espécies poderia usando o local de desova tem? E quanto será perdido quando as espécies que já desaparecem?

 

Nenhuma ação pode ser tomada em um ecossistema, ou de um fenômeno como a distribuição das espécies de peixes, se não se sabe como a função deles. Por enquanto, estamos visando mais conhecimento, alternativas sustentáveis ​​e conservação. Um aspecto fundamental da estratégia é trabalhar com as comunidades que vivem ao redor do parque marinho.

 

Q: Como você pretende envolver a população local?

A: Todos os nossos parques nacionais têm regras muito rígidas sobre os usos permitidos. Praticamente nada é permitido por lei. Se os problemas das comunidades do entorno podem ser resolvidos, haverá menos pressão social e econômica sobre o parque.

 

Então, em Los Caimanes, estamos buscando alternativas para evitar a caça ilegal ea depredação, e para promover a conservação. A estratégia também inclui a adaptação à mudança climática.

 

Q: Quais são as alternativas estão sendo consideradas?

A: Nós estimamos que mais de 50.000 pessoas afetam Caimanes Los, direta ou indiretamente. Começamos com estudos sociológicos, ambientais e econômicos da área para identificar as expectativas das comunidades costeiras, e como eles esperam encontrá-los. Eles têm um forte sentido de pertença à área em que vivem

 

Em janeiro de 2013 vamos começar um projeto de cultivo de esponja com pescadores e trabalhadores independentes em Punta Alegre, uma cidade costeira de cerca de 7.000 pessoas na província de Ciego de Ávila, cerca de 420 km de Havana. Vamos começar com quatro equipes de duas pessoas de pesca.

 

Q: Qual é o volume de produção esperado?

R: Cerca de cinco toneladas por ano. Isto é bastante significativa, uma vez que o preço internacional de esponjas, dependendo da variedade, é de 30.000 a 50.000 dólares por tonelada.

 

No momento, estamos na fase de treinamento, que inclui a sensibilização ecológica e acumulando conhecimentos teóricos e práticos, para a apropriação desse uso alternativo dos recursos do Los Caimanes Park.

 

O projeto é apoiado pelo Global Environment Facility (GEF) do Programa de Pequenas Subvenções. Se ele é tão bem sucedido como esperamos, haverá uma segunda fase com a instalação de novas fazendas e criação de instalações terrestres de processamento para que as mulheres locais podem processar as esponjas e aumentar o valor acrescentado.

 

 Fonte: Q&A - http://www.ipsnews.net/2012/06/qa-involvement-of-local-communities-key-to-climate-change-adaptation/ 

MINISTRA DO MEIO AMBIENTE PROVOCA EMPRESÁRIOS E PEDE ESTRATÉGIA PARA SUSTENTABILIDADE

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, provocou empresários do setor do aço ontem (27/6), ao dizer que depois da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, o Brasil tem apenas três anos antes de 2015, ano marcado para a conclusão de diversas negociações na área ambiental e a discussão de questões imprescindíveis para a sustentabilidade do país.

 

"Temos três anos para discutir como nos engajaremos nesse processo enquanto país, economia, desafio social e ativos ambientais. Esse é o contexto político em que os governos e os senhores estarão envolvidos", falou dirigindo-se à plateia do Seminário Economia Verde: Desafios e Oportunidades, que integra a programação do 23º Congresso Brasileiro do Aço. O evento é uma promoção do Instituto Aço Brasil.

 

Izabella Teixeira pediu que os empresários sejam mais ambiciosos em sua visão estratégica sobre sustentabilidade e sobre o que estará em discussão nos próximos três anos. "As discussões de natureza política precisam ter um equilíbrio do ponto de vista econômico e social e do esforço de uma sociedade em querer avançar".

 

De acordo com a ministra, falar em redução de emissão de gás carbônico sem colocar em pauta a lógica do desenvolvimento que está em jogo para garantir a competitividade do país requer essa visão estratégica de todos. "O debate é se vamos dar competitividade para quem investe para ser mais sustentável ou taxar aqueles que vão ficar como estão?".

 

Para Izabella Teixeira se o país não assumir esse debate continuará falando "perifericamente" em sustentabilidade e biodiversidade e será refém de outros países, como a China, que já discute o tema com olhos para daqui a 30 anos, enquanto o Brasil pensa nos próximos dez anos.

 

"Não é só vocês [empresários] pedirem dinheiro, mas estabelecer uma discussão estratégica ou vamos continuar discutindo a estrutura deste país só ligada à licença ambiental? Se quiserem, continuamos debatendo dessa maneira e não se discute os pontos associados às opções de estrutura que estão sendo licenciadas".

 

A ministra enfatizou que essas questões precisam ser pensadas para se chegar a soluções duradouras e, não apenas, ter discursos – o que contribui pouco para as soluções encontradas (Por: Redação TN / Flávia Albuquerque, Agência Brasil)

CENTRO RIO+20 JÁ ESTÁ PRONTO PARA OPERAR

O novo Centro Rio+20 – Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável , cuja criação foi anunciada durante a Rio+20, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, já está pronto para operar. O Centro, uma parceria do governo brasileiro, o PNUD, outras agências da ONU, é um dos legados mais importantes da Rio+ 20 e ficará sediado na Coppe/UFRJ. Segundo Luiz Pinguelli Rosa, diretor da instituição, as instalações já estão disponíveis para o início das atividades.

 

“Estamos cedendo um andar inteiro de um dos nossos prédios, onde também funciona o Instituto Verde, uma parceria da Coppe com o Pnuma. Este novo Centro é muito importante para o desdobramento das ações da Rio+20 e por isso é tão relevante que ele já esteja pronto para iniciar os trabalhos”, explicou Pinguelli.

 

Também participam do Centro Rio+20 representantes nacionais e internacionais de universidades, empresas e sociedade civil. O novo centro vai facilitar a pesquisa e o intercâmbio de conhecimentos, além de promover o debate internacional sobre desenvolvimento sustentável. Para seu lançamento, o Centro Rio+ 20 conta com o apoio inicial de quase 25 instituições brasileiras e internacionais, o que demonstra o sucesso alcançado pela iniciativa, bem como a natureza inclusiva e participativa de sua concepção.

 

A Coppe integra o Conselho do novo Centro e, na avaliação de Pinguelli, irá colaborar com uma visão de inovação e tecnologia para o desenvolvimento sustentável. “Este centro é uma obra conjunta, em que participam diversos parceiros. A riqueza está justamente nessas contribuições variadas que cada instituição pode oferecer”, acrescentou.

 

Desde o início de seu funcionamento, o Centro Rio+20 dará continuidade às discussões iniciadas pelos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável (www.riodialogues.com). Os Diálogos foram lançados pelo governo brasileiro, com o apoio do PNUD, no período que antecedeu a Rio+20 como uma forma de garantir a participação ativa da sociedade civil e de especialistas em todo o mundo.

PRIMEIRA PLANTA DE PRODUÇÃO DE ÓLEO DE PALMA FOI INAUGURADA NO PARÁ

A Biopalma da Amazônia S.A., empresa da Vale em sociedade com o Grupo MSP, inaugurou ontem (26/6) a sua primeira usina extratora de palma (dendê), localizada no município de  Moju, a 150 km de Belém. A usina é a primeira de duas unidades que serão construídas para extrair o óleo do fruto. Além disto, será construída uma planta industrial  para transformar o óleo em biodiesel a partir de 2015. O investimento total é de US$ 500 milhões.

 

O projeto tem como objetivo suprir a demanda de biodiesel para a utilização de B20 (20% de biodiesel e 80% de diesel comum) na frota de locomotivas, máquinas e equipamentos da Vale no Brasil. Hoje, a legislação brasileira estabelece o uso da mistura de, no mínimo, 5% de biodiesel (B5). A estimativa é que a utilização do B20 reduzirá a emissão de gases do efeito estufa da empresa em cerca de 20 milhões de toneladas de CO2 em 25 anos. Adicionalmente, estima-se também que 2 milhões de CO2 poderão ser sequestrados através da plantação da palma.

 

A usina tem capacidade de extração de 120 toneladas/hora de cachos de fruto fresco (CFF), o que representa cerca de 25 toneladas/hora de óleo. A unidade já nasce com dois grandes diferenciais: é a primeira planta de extração de óleo concebida com nível inédito de automação em seus processos  e, também, o  maior complexo de geração de energia limpa já instalado em uma usina deste tipo no Brasil. Além disso, quase todos os resíduos formados ao longo da cadeira produtiva serão reaproveitados pela própria indústria na geração de energia renovável e no processo de adubação do plantio da palma.

 

A capacidade de geração de energia limpa é de 11 MW, dos quais 3,5 MW serão utilizados na usina e o excedente poderá ser disponibilizado à concessionária de energia do Estado. Outro ganho ambiental gerado pela indústria é o reaproveitamento dos cachos vazios e das cinzas da caldeira, que retornarão à área agrícola para serem usados na adubação orgânica.

 

Já o alto nível de automação da usina da Biopalma permitirá um grau elevado de segurança aos profissionais da indústria, além de ganhos com otimização de processos industriais. Um exemplo dessa automação poderá ser visto no processo de esterilização e cozimento dos frutos. Nas usinas convencionais, esta etapa é feita por profissionais que precisam acompanhar todo o andamento do processo, submetidos a ambientes com temperaturas elevadas. Com a automação, os empregados acompanharão o processo a distância, de dentro da sala de controle, medindo a qualidade do produto final.

 

O uso da tecnologia estimulou a formação de profissionais especializados para atuarem nas funções novas. A Biopalma investiu na implantação de um centro de formação profissional em Moju, onde qualificou e treinou seus novos empregados que vão atuar na usina extratora. Os operadores treinados, oriundos da própria região, foram capacitados nos cursos de elétrica e mecânica, focados na manutenção industrial.

 

Recuperação ambiental

 

A Biopalma já possui cerca de 50 mil hectares plantados com palma. Até 2013, serão 80 mil ha plantados e outros 90 mil ha destinados à reserva legal e à área de preservação permanente. Vale ressaltar que a implantação das áreas de cultivo foram realizadas em locais antes cultivados por pastagem e áreas abandonadas. Portanto, é um projeto com 100% de recuperação de áreas degradadas.

 

A Biopalma possui cinco polos agrícolas na região do Vale do Acará e Baixo Tocantins, no nordeste do Pará, e será responsável pela produção de 600 mil toneladas de biodiesel em 2019, quando a lavoura atingir sua maturidade.

 

Desenvolvimento socioeconômico

 

Além do foco na recuperação e preservação ambiental, o projeto do biodiesel irá promover desenvolvimento na região, por meio da geração de emprego e renda. Em fevereiro de 2010, a empresa lançou o Programa de Agricultura Familiar, que tem como meta envolver duas mil famílias com o plantio de dendê até 2013.

 

Atualmente, este programa já beneficia 124 famílias de agricultores e mais 500 estão em fase de cadastramento. Os agricultores são financiados com linhas de crédito do Pronaf-Eco Dendê - um programa do governo federal, por meio do Banco da Amazônia, para a aquisição de mudas, manutenção da plantação e necessidades de subsistência nos três primeiros anos do plantio até o início da colheita.

 

Os agricultores interessados disponibilizam 10 hectares em sua propriedade familiar para o plantio de dendê e recebem da Biopalma assistência técnica gratuita e garantia de compra da matéria-prima durante os próximos 30 anos de produção. Paralelamente, para fortalecer a agricultura familiar junto aos produtores atendidos pelo programa, a Biopalma faz o acompanhamento e fornece o suporte técnico necessário para o desenvolvimento da produção agrícola pelas famílias, uma vez que elas também cultivam outras culturas na mesma propriedade, como frutas, aves etc.

 

Pará

 

O Pará é o maior produtor de óleo de palma do Brasil, com atividades que correspondem a 95% da produção nacional. Este óleo pode ser utilizado em diversos setores como cosméticos, produtos farmacêuticos, lubrificantes e alimentos, sendo que, para o uso de biocombustível, está comprovado que a palma possui a melhor produtividade (tonelada por hectare) entre as oleaginosas. A soja, principal matéria-prima do biodiesel brasileiro, possui uma produtividade 10 vezes menor que a palma e é mais intensiva no uso da terra.  (TN / Assessoria de imprensa)

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Fontes: Revista DAE e TN Sustentavel

 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

GRUPO PÃO DE AÇÚCAR REFORÇA INVESTIMENTO NAS LOJAS E NO CAMPO E LANÇA PROTOCOLO DE SUSTENTABILIDADE

Mana

 

Creio que os fatos estão auspiciosos a favos de nosso projeto. Veja a reportagem abaixo..saiu em maio deste ano...

 

GRUPO PÃO DE AÇÚCAR REFORÇA INVESTIMENTO NAS LOJAS E NO CAMPO E LANÇA PROTOCOLO DE SUSTENTABILIDADE

 

Fonte: Assessoria de Comunicação do Grupo Pão de AçucarAssessoria de Comunicação do Grupo Pão de Açucar

 

No dia 25 de abril, o Grupo Pão de Açúcar, recebeu mais de 200 fornecedores que participaram da segunda premiação concedida aos melhores produtores de frutas, legumes e verduras (FLV) da companhia pelas boas práticas verificadas na cadeia produtiva. Além das homenagens e premiações, a segunda edição traz outras novidades: o aumento nos investimentos da empresa no campo e nas lojas e o lançamento do Protocolo de Sustentabilidade para os fornecedores de FLV do Grupo Pão de Açúcar.

 

O Grupo Pão de Açúcar vem reforçando seus investimentos na área de Frutas, Legumes e Verduras (FLV) nas lojas do Extra, Pão de Açúcar e Assai nos últimos anos em função do retorno das vendas desses produtos, que apontaram crescimento acima da média de toda a empresa. Em 2011, a Cia contratou novos profissionais especializados para atendimento e operação especializada de produtos nas unidades, além de aumentar o número de treinamentos e cursos. As áreas de frutas, legumes e verduras também foram modernizadas, garantindo um espaço com layout mais moderno, confortável e aconchegante para o cliente.

 

Não é só na loja que o Grupo investe. O campo e os fornecedores também mereceram a atenção da empresa. Os destaques ficaram por conta das consultorias externas, técnicos que visitaram campo, novas ferramentas de coleta e monitoramento de dados, além das análises de resíduos de agrotóxicos para o Programa Qualidade desde a Origem.

 

No total, o Grupo Pão de Açúcar investiu quase seis milhões de reais no aperfeiçoamento e desenvolvimento dos produtos de FLV seja nas lojas ou com os fornecedores (20% do total só em 2011). E o retorno é cada vez mais. "As vendas de frutas, legumes e verduras crescem anualmente. Em 2011, conseguimos crescer acima da média de toda a empresa. Para 2012, a expectativa continua alta. Esperamos finalizar o ano com crescimento perto de 10%", aposta Miyao.

 

Protocolo de Sustentabilidade

 

Sustentabilidade e responsabilidade social crescem em importância para os clientes. Em um estudo da Landor Associated, 75% dos consumidores acreditam que esses temas sejam importantes e 55% disseram que optariam por produtos que apoiassem essas questões. Dentro dessa perspectiva e como uma continuação do programa Qualidade Desde a Origem, o Grupo Pão de Açúcar lança o Protocolo de Sustentabilidade dos Fornecedores de Frutas, Legumes e Verduras da empresa.

 

"O setor agrícola tem o maior impacto no meio ambiente, por mexer com a terra, emissões de carbono e poluição por nitrogênio. Vimos a necessidade de uma ação padronizada para aumentar a produção agrícola de forma ambiental sustentável, economicamente aceitável e socialmente responsável", conta Bethlem.

 

O Protocolo reúne todas as melhores práticas de cultivo focando em ações sustentáveis e a idéia é sugerir que os fornecedores do Grupo adotem essas medidas.

 

O documento apresentado traz ações em diferentes processos agrícolas como salvaguardar os recursos naturais, partilhar conhecimentos sobre gestão de culturas e tecnologias, criar acesso aos recursos naturais e a serviços de micro financiamento, proteger a colheita, facilitar o acesso ao mercado e conduzir investigações agronômicas sobre disponibilidade de água, mudanças climáticas e fertilidade do solo.

 

"Os ganhos em toda cadeia - fornecedor, empresa e cliente - são percebidos com produtos mais saudáveis e está em consonância com a Anvisa , que sempre nos apoiou desde a construção do projeto. Desde a primeira edição do prêmio, sentimos uma evolução no relacionamento e no comprometimento entre fornecedores e Grupo Pão de Açúcar. Para essa segunda premiação, temos a certeza de que essa parceria de sucesso ganhará cada vez mais força seja comercialmente, socialmente ou sustentavelmente ", comenta Hugo Bethlem , vice presidente do Grupo Pão de Açúcar.

 

Premiação

 

A premiação faz parte do programa Qualidade Desde a Origem, lançado em 2008, numa ação pioneira que busca o controle integral da cadeia de valor do FLV comercializado nas lojas Pão de Açúcar e Extra. Por meio do site www.qualidadedesdeaorigem.com.br, o consumidor tem acesso a informações sobre a origem e região produtora, além do nome do fornecedor e fotos.

 

O evento reconhece o envolvimento e a preocupação dos fornecedores que conseguiram melhores resultados, priorizando a qualidade e segurança dos seus produtos sem prejudicar o meio ambiente. O Grupo Pão de Açúcar movimenta cerca de 90 mil toneladas de FLV por mês em todas as suas lojas.

 

Foram avaliados quesitos de qualidade, segurança (resíduos de defensivos químicos e controle microbiológico), pontualidade na entrega, cumprimento do processo de rastreabilidade e adequação ao padrão técnico do Grupo.

 

Veja as empresas vencedoras:

 

1)   Frutas - Sudeste e Paraná - Citricola Lucato Ltda.

2)   Frutas - Centro Oeste e Nordeste - Wanderley Pedro Weiler Zimmermann

3)   Legumes - Sudeste e Paraná  - Agro Beloni

4)   Legumes - Centro Oeste e Nordeste - MNS Comércio de Produtos Agrop Ltda.

5)   Verduras - Sudeste e Paraná -  Sergio Gunji

6)   Verduras - Centro Oeste e Nordeste -  Luis Pedro Horn

7) Ovos – Brasil - Iana

8) Orgânico – Brasil - NiloUumeda (direto da serra)

9) Importados – mundial -  Luso Pera

 

 

Grata por sua atenção. Fico no aguardo de seu contato

 

Denise de Mattos Gaudard

 

Consultoria Socioambiental

 

55(21) 2246-7255 /55(21) 8875-8820

denisedemattos@gmail.com

Skpe:denisedemattos  Msn:denisedematos@hotmail.com

 

"O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos." Albert Schweitzer

 

terça-feira, 26 de junho de 2012

BRASIL FINANCIARÁ TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

BRASIL FINANCIARÁ TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS

O governo federal lançará um programa voltado para tecnologias sustentáveis durante a Rio +20. A iniciativa será comandada pela Finep, que aplicará R$ 2 bilhões no desenvolvimento de produtos, processos e serviços inovadores ligados ao conceito de sustentabilidade, ou seja, que tratem de forma integrada aspectos sociais, ambientais e econômicos.

 

Perfil: Maurice Strong

Ex-secretário-geral da ECO 92 diz que está muito preocupado com o futuro da civilização. Segundo ele, Há enormes lacunas para a implementação do que foi acordado há 20 anos. “Devemos ter cautela. Não há muito a comemorar e celebrar”, disse durante a Rio +20. Para ele, o hiato entre ricos e pobres também cresceu nos países desenvolvidos.

DECÁLOGO DA PRODUÇÃO RESPONSÁVEL E DO CONSUMO CONSCIENTE

A humanidade já consome 50% mais recursos naturais renováveis do que o planeta é capaz de regenerar. Isso acontece quando apenas 16% da população mundial é responsável por 78% do consumo total. Se todo o mundo consumisse como os habitantes mais ricos do planeta, seriam necessários quase cinco planetas para suprir esse consumo.

 

Em 11 anos trabalhando para mobilizar as pessoas para o poder de transformação de seus atos de consumo consciente, o Akatu aprendeu que a solução para a sustentabilidade exigirá a participação de diversos agentes sociais, envolvendo organizações multilaterais, governos, corporações e organizações da sociedade civil. Ficou clara então a necessidade de uma referência concreta quanto a alguns caminhos a seguir para que a produção e o consumo se tornem mais sustentáveis. Daí nasceu o decálogo abaixo, que propõe um consumo que valorize:

 

1. Os produtos duráveis mais do que os descartáveis ou os de obsolescência acelerada: como já acontece com a substituição das sacolas plásticas descartáveis por sacolas retornáveis e duráveis;

2. A produção e o desenvolvimento local mais do que a produção global: como as organizações comunitárias na produção e comercialização de produtos típicos regionais;

3. O uso compartilhado de produtos mais do que a posse e o uso individual: como as bicicletas compartilhadas em diversas grandes cidades, inclusive São Paulo, que ficam disponíveis para retirada e devolução em pontos estratégicos;

4. A produção, os produtos e os serviços social e ambientalmente mais sustentáveis: como hoje já ocorre com o selo Procel que certifica eletrodomésticos que gastam menos energia;

5. As opções virtuais mais do que as opções materiais: como livros, discos e filmes baixados em aparelhos MP3 em vez da versão material;

6. O não-desperdício dos alimentos e produtos, promovendo o seu aproveitamento integral e o prolongamento da sua vida útil: como acontece nos brechós de roupas usadas;

7. A satisfação pelo uso dos produtos e não pela compra em excesso: como fazem aqueles que mantêm seus celulares por anos e não os trocam a cada novo lançamento;

8. Os produtos e as escolhas mais saudáveis: como os orgânicos disponíveis em feiras e supermercados;

9. As emoções, as ideias e as experiências mais do que os produtos materiais: como as viagens propostas por agências que oferecem vivências por meio de visitas participativas e educativas;

10. A cooperação mais do que a competição: como ocorre com empresas do setor varejista que praticam uma logística colaborativa para melhorar o nível do serviço e reduzir custos e emissões de CO2.

 

O Akatu convida todos à reflexão e à mobilização em torno dos itens desse Decálogo da Produção Responsável e do Consumo Consciente. Com o engajamento de todos, os caminhos indicados permitem construir uma nova sociedade de consumo e um novo modo de produção que atendam ao bem estar de toda a humanidade com muito maior eficiência no uso dos recursos naturais, por meio de negócios social e ambientalmente mais sustentáveis, que podem resultar em uma rentabilidade justa para o capital, visando uma sociedade mais humana, com maior equidade e justiça social.

Helio Mattar - diretor-presidente do Instituto Akatu.

IGNACY SACHS SUGERE AS BASES PARA UM NOVO CONTRATO SOCIAL

No evento de lançamento do projeto “Novo Contrato Social para o Século XXI”, organizado pelo Instituto Ethos e o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (UNITAR), participaram Rajendra Pachauri, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007; o embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para mudança do clima e para a Rio+20; Achim Steiner, secretário adjunto da ONU e diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente; Carlos Lopes, diretor executivo da UNITAR, e Ignacy Sachs, economista e sociólogo.

 

Sachs deu um ‘Viva à crise’, justificando que ela nos ajuda a mudar de rumo, papel que a Rio+20 deveria fazer.

Se referindo à tese de Adam Smith sobre o funcionamento do mercado, ele disse não acreditar muito na ‘mão invisível’, porém que o maior problema é saber o que fazer com os cinco dedos da “mão visível”.

 

O primeiro dedo, seria a construção de um futuro baseado em um contrato social explícito, no nível de cada pais, com a ambição de construir também um “mega contrato social planetário”, utilizando as Nações Unidas para costurá-lo e levá-lo em frente.

 

“Isto implica em superar as diferenças sociais abissais que permanecem hoje na maioria dos países, o que separa hoje alguns países mais avançados de outros que estão na base da pirâmide. Superar estas diferenças abissais, este é o nosso objetivo”.

 

Para Sachs, o segundo dedo seria o planejamento participativo, com o objetivo principal de “fazer com que os que estão embaixo da pirâmide possam ser erguidos a um nível que lhes assegure uma vida decente”.

 

“Os mercados têm a vista curta e a pele grossa, preocupam-se com o imediato e não contabilizam os custos sociais. Precisamos pautar as nossas ações numa visão de longo prazo para evitar catástrofes”, ressaltou.

 

O terceiro seria a segurança alimentar remetendo à necessidade de se colocar em pauta a questão das reformas agrárias e considerar também a revolução azul, a da água.

 

A segurança energética seria o quarto pilar para um planejamento com condições de propor soluções validas, notou Sachs, citando a necessidade de uma estratégia gradual de saída das energias fósseis e mantendo distância do uso excessivo da energia nuclear. “O que nos remete a um enorme capitulo de energias renováveis”, conclui.

 

O quinto dedo seria a cooperação internacional. Sachs sugere soluções para o financiamento de um fundo para ações voltadas ao desenvolvimento sustentável, como o repasse de 1% do PIB dos países ricos, impostos sobre as emissões de dióxido de carbono e taxas sobre o uso do espaço aéreo e marinho para o transporte. Outra medida seria reorganizar a cooperação técnica, “utilizando a geografia dos biomas, estabelecendo uma cooperação entre países que compartem o mesmo bioma”.

 

Alinhado com as discussões realizadas na Cúpula dos Povos, Sachs conclui que “não são novas formas que devemos procurar e sim novos conteúdos”.

“É perigo pintar de verde e dizer que mudou, esse debate deve focar nos conteúdos por que pode haver formas plurais de chegar ao mesmo resultado…Temos q propor linhas de ação e olhar se tem mudança de conteúdo e não só declaração de amor a natureza”, alertou.

Após Sachs focar parte das suas propostas na redução das desigualdades, Carlos Lopes também enfatizou que no mundo atual este de fato é um dos maiores problemas.

 

Rio +20

 

O debate para um novo contrato social foi programado para o sábado, propositalmente posterior ao término da Rio+20 para poder ser construído a partir de suas bases.

 

Em uma avaliação crítica dos resultados da conferência no Rio, Achim Steiner comparou o documento final a um livro de culinária com muitos ingredientes, mas sem receitas completas.

 

“A declaração tem muitos ingredientes, mas, em várias questões que aborda, seu ‘modo de fazer’ deixa a desejar”, afirmou, acrescentando: “Ainda assim, como nos livros de receita, o documento tem informações suficientes para colocarmos a mão na massa e continuarmos a busca por um novo contrato social, um novo modelo de desenvolvimento”.

 

Carlos Lopes demonstra um ponto de vista mais otimista calcando no fato que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, cujo prazo é 2015, foram negociados durante anos para, finalmente, se ter dois parágrafos adotados em 2010 em Johanesburgo e apesar disso, enfatiza, muito já se fez para o seu alcance.

“Não fico admirado do progresso não ser assim tão rápido quanto queremos”, conclui Lopes.

 

Para Pachauri, a dificuldade em progredir não está na aceitação de nas novas ideais, mas sim em fugir das velhas.

 

“Chegou a hora do conhecimento se tornar o maior indutor das ações”, ressaltou concordando com a proposta de Sachs de se criar uma taxa pelo uso dos bem globais comuns. “A herança é de todos, mas parece não pertencer a ninguém”, lamentou.

Durante as discussões finais, Oded Grajew, fundador da Abrinq, do Instituto Ethos e do Movimento Nossa São Paulo, constatou que outro grande entrave está na desconfiança da sociedade em relação aos governos.

 

“Há um ceticismo muito grande das relações entre governos, um exemplo é que dos cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU, apenas um dos presidentes esteve aqui (no Rio). A primeira ministra da Alemanha estava vibrando no futebol enquanto isso”, criticou.

 

Ele reenfatizou que o debate fundamental na construção de um novo contrato social é o combate a desigualdade, pois apenas à pobreza “é insuficiente”.

“Mesmo em países onde não há pobreza há conflitos. Para sermos seres com convicções parecidas é importante um novo contrato”, comentou. Além disso, este processo tem que ser resolvido sem violência, completa Grajew.

 

“Os cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU são os grandes vendedores de armas do mundo”, alerta.

 

O ultimo fator importante em seu ponto de vista seria o fator intergeracional, ou seja, deixar um mundo melhor para as futuras gerações.

 

“Os governo não representam mais as pessoas e sim os interesses de quem tem mais poder. Se o contrato de 92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, também no Rio de Janeiro) for pra ser ratificado, que até agora não foi, precisamos de um movimento civil, a sociedade precisa ser reintegrada no processo”, concluiu. (Instituto CarbonoBrasil)

 

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segunda-feira, 25 de junho de 2012

EMPREGOS VERDES: MAPEAMENTO NO BRASIL

Do Planeta Coppe

 

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Instituto Global para Tecnologias Verdes e Emprego vão fazer um levantamento dos empregos verdes no Brasil. A informação é do coordenador dos Programas de Trabalho Decente e Empregos Verdes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Paulo Sergio Muçouçah, que participou na sexta-feira, 22, do seminário “Mudança climática e desenvolvimento sustentável – Alternativas para uma transição justa”, promovido pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FMBC), na Rio+20, no estande da Coppe/UFRJ, no Parque dos Atletas.

 

O conceito de emprego verde alia o trabalho decente aos esforços para uma economia de baixo carbono.“Vale registrar que o conceito de empregos verdes é anterior ao de economia verde, nos estudos das Nações Unidas. Também é importante ressaltar que, ao contrário do que os críticos diziam, o esverdeamento da economia tem criado mais empregos. Esse pode ser o caminho para inclusão social. No Brasil, há uma tendência de crescimento de trabalho na produção de energia renovável”, exemplificou Muçouçah.

 

O debate foi promovido em parceria com a OIT, a Confederação Sindical Internacional (CSI) e a Confederação Sindical das Américas (CSA) e discutiu temas como seguridade social e alternativas de desenvolvimento. O mediador foi o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ.

 

Criado em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e contando com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o novo instituto, com sede em um prédio da Coppe, no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, vai integrar ações e atividades desenvolvidas na Coppe voltadas para o desenvolvimento sustentável e inclusão social.

 

O secretário de Políticas Econômicas e Desenvolvimento Sustentável da CSA, Rafael Freire, que também esteve presente ao encontro, disse que os debates na Rio+20 o fizeram lembrar da discussão dos sindicalistas sobre o uso do amianto, nos anos 80.

 

“Naquela altura, como agora, era preciso dizer ao trabalhador que corria risco de contaminação qual era a alternativa àquele emprego. Enquanto em alguns painéis da Rio+20, a economia verde aparece como solução, na Cúpula dos Povos, isso é um palavrão. Não se pode pintar apenas o modelo econômico de verde. É preciso acabar com a desigualdade”, disse o sindicalista.

 

Durante o dia também foi realizado um encontro promovido pelo Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico, onde foi feito um balanço das atividades nos últimos cinco anos. O consultor Philipp Hauser destacou a relevância da energia para o desenvolvimento sustentável, principalmente nos países em desenvolvimento. Já o coordenador do Fórum, Marcelo Moraes, falou da importância dos contatos feitos na Rio+20 e de eventos paralelos, como o lançamento do Relatório de Sustentabilidade da Eletrobras, nessa quinta-feira. “Tem sido uma experiência rica. Para o futuro, temos muitos projetos e o nosso desejo é realizar parcerias com a Coppe/UFRJ”, disse Moraes.

 

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RIO + 20: RESULTADOS COLHIDOS E POSSIBILIDADES SEMEADAS

A Rio +20 foi a Conferência Oficial. Supunha-se que os governantes e representantes de Estado se comprometeriam com um projeto de desenvolvimento no qual o meio-ambiente é sujeito de direitos. A sociedade organizada esperava que o respeito aos bens naturais fosse considerado como um pressuposto ético, acreditando que o meio-ambiente não é algo a ser preservado simplesmente para continuar sendo explorado.

 

Mas, na avaliação da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio + 20 que reuniu mais de 20 mil pessoas por dia representando a sociedade civil e os movimentos sociais, isso não aconteceu. Segundo Leonardo Boff, líder ambientalista que discursou em diversas plenárias da Cúpula, os debates da Conferência Oficial continuaram dentro do discurso do desenvolvimento econômico, e não se pôde alcançar uma discussão elevada no sentido do respeito à natureza, pois em nenhum momento existiu espaço para a discussão sobre ética e espiritualidade.

 

Dentre as atividades da Cúpula, modelos de desenvolvimento alternativos como as ecovilas e a educação para um novo tempo, a agroecologia como proposta alternativa ao agronegócio, o resgate de saberes dos povos tradicionais e a valorização dos indígenas, quilombolas, agricultores familiares; a diversidade de saberes e a unidade nos valores de respeito e solidariedade.  Nas plenárias da Cúpula, não houve aprovação  à “economia verde”, termo criado para sintetizar a proposta da Conferência Oficial. Os governantes e órgãos internacionais propõem fazer uma adaptação do sistema atual para as necessidades ambientais e não uma mudança estrutural, como defendem os movimentos e pessoas representadas pela Cúpula. Questionou-se o PIB (Produto Interno Bruto) como indicador do desenvolvimento de um povo e apresentou-se o FIB (Felicidade Interna Bruta) como forma de medição mais eficiente.

 

Os movimentos sociais elaboraram um documento alternativo ao documento da Conferência Oficial. Da Rio + 20 saiu “O futuro que queremos”. Da Cúpula dos Povos, A “Declaração Final em Defesa dos Bens Comuns e contra a mercantilização da vida”, além da discussão de 5 plenárias apontando causas estruturais de paradigmas atuais e possíveis soluções. (Leia: http://cupuladospovos.org.br/2012/06/confira-os-documentos-produzidos-nas-plenarias-da-cupula/)

 

Marina Silva

 

Com um discurso envolvente que sintetizou os anseios da sociedade civil que participou da Cúpula, Marina Silva conquistou plenárias lotadas. Ela falou da Teologia da Libertação como seu referencial ético na política. Homenageando Edgar Morin, citou a necessidade de processos multicêntricos e do diálogo de saberes. Questionando a Conferência Oficial onde engravatados de preto refletiam nas vestimentas a pouca diversidade de saberes em diálogo, Marina propôs um deslocamento do centro de poder; do centro estagnado para a borda, criando novos centros.

 

Mas avaliou como positivo tudo que aconteceu, principalmente a participação das pessoas. Estávamos ali todos mobilizados, um Brasil que compareceu, e não era por Carnaval ou futebol. Pois, citando Vitor Hugo, não há como deter uma ideia cujo tempo chegou.

 

Ela falou contra as dicotomias; contra a oposição.  Não é disso, segundo ela, que o mundo precisa. O que é necessário é posição. E foi contra as ideias “pragmáticas, objetivas, realistas”. Disse que precisamos ser sonhadores. Afirmou que se ela fosse “pragmática, objetiva e realista” não estaria ali, não teria chegado aonde está. Que a luta de nossa juventude é essa: passou “O petróleo é nosso”, o novo exige “As florestas são nossas”. E por fim, mandou um recado “amoroso” a presidenta Dilma - e ao incluir a amorosidade em seu discurso deu uma demonstração clara de que está afinada com a luta da nova juventude, que exige um posicionamento ético e uma relação com a espiritualidade - : “Brasil Urgente! O planeta está doente!”

 

Voltando à política – uma análise em 1ª. pessoa

Depois de sonhar com a clara emergência de uma nova liderança afinada com o pensamento sistêmico e respeitadora das diversidades, sou levada a naufragar na lama. Nada é perfeito, especialmente na política, onde por mais de 500 anos permanece atual o princípio maquiavélico.

 

Segundo integrantes do movimento contra a mineração, Marina apoiou nas últimas eleições o político José Fernando Aparecido (PV), ex-prefeito de Conceição do Mato Dentro de 2000 a 2006, quando foi aprovada a entrada da mineradora MMX na cidade, comandada por Eike Batista. Este último é um dos homens mais ricos do mundo, que ganhou dinheiro comprando terrenos a preços de banana e vendendo-os depois como riquezas minerais. Hoje nas mãos da Anglo Gold, a mineração em Conceição do Mato Dentro, é conhecida como um dos piores negócios para a  população local. A cidade inchou, tem de arcar com inúmeras dificuldades ambientais e sociais, e as condicionantes que a mineradora deveria cumprir até hoje não foram cumpridas; ou seja, exploração sem compensação. (Leia:http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/03/28/noticia_economia,i=153341/DISPUTA+ENTRE+MINERADORAS+E+PRESERVACAO+DEIXA+CIDADE+EM+PE+DE+GUERRA.shtml)

 

A campanha de Zé Fernando teria sido também financiada por Eike Batista, e Marina Silva estava a par disso quando resolveu apoiar a candidatura dele.

 

O problema não é a escassez de alimentos, mas a má distribuição

 

Movimentos sociais estão chegando à conclusão de que se ainda há 1 bilhão de pessoas no mundo passando fome, não é por falta de alimento. O mundo produz o suficiente para alimentar o dobro de sua população; só que a maior parte do que se produz vai alimentar animais para abastecer de carne os mercados mais ricos. Outros 30% da produção mundial de alimentos são desperdiçados, num sistema de transporte, armazenamento e distribuição precário, em que o alimento é produzido longe de seus mercados consumidores. Contradição ainda maior: depois que os transgênicos foram introduzidos nas plantações, os índices de fome  no mundo só aumentaram.

 

Presente nos debates que mais atraíram pessoas durante a Cúpula, Vandana Shiva, ativista indiana contra as patentes das sementes e ganhadora do Prêmio Nobel, afirmou que as monoculturas e os transgênicos destruíram a cultura milenar do algodão na Índia e foram responsáveis por 250 mil suicídios em 15 anos. As sementes transgênicas de algodão já não são mais tão resistentes quanto pregava a Monsanto e hoje, já sem suas sementes tradicionais, os agricultores indianos dependem de um modelo perverso de compra de sementes e herbicidas. Vandana afirma que as sementes não podem ser propriedade privada e defende diversidade e autonomia para cada agricultor. As monoculturas presentes nos sistemas de plantio, mas também nas mentes humanas, comprometem a resiliência do homem sobre o planeta. Sistemas complexos e diversos -policulturas- tem maior probabilidade de sucesso. (Indica-se o livro de Vandana: "Monoculturas da mente")

 

O modelo de agricultura extensiva atual é concentrador: 70% da água gasta no planeta vai para irrigação das monoculturas e 85% das terras mundiais estão na mão do agronegócio, embora este seja responsável por menos de 30% do alimento que chega à mesa. Isto porque a produção do agronegócio – grãos e biomassa- é destinada prioritariamente à alimentação de animais para produção de carne. Os grãos são exportados e se destinam a apenas 16% da população mundial, que consome 78% do total de tudo que é produzido no planeta.

 

Conclusão:

1- Apesar de ocupar menos de 15% das terras mundiais, a agricultura familiar responde por 70% da alimentação mundial. O resgate dos saberes locais, de padrões alimentares não-globalizados e a defesa da agroecologia como modelo alternativo ao agronegócio são tendências atuais para uma nova forma de organização e produção menos concentradora das riquezas.

2- Uma elite do planeta consome mais de três quartos da produção mundial e precisa urgentemente rever seus padrões de consumo. Se toda a população mundial pudesse consumir como essa elite consome, não seria possível ao planeta renovar os recursos necessários à sustentação desse padrão. As perguntas e a ética dos permacultores são bons parâmetros nesse momento: O que é necessário à minha sobrevivência? O que é supérfluo? Que modelo de desenvolvimento estou alimentando com minhas escolhas de consumo? (Fonte: Coluna do Meio Ambiente)

 

Fontes: - Excelente entrevista com Vandana Shiva:http://www.brasildefato.com.br/node/9778

-http://www.agroecologia.org.br/index.php/noticias/232-a-agroecologia-e-a-esperanca-globalizada

-http://www.agroecologia.org.br/index.php/temas-prioritarios/construcao-do-conhecimento-agroecologico2/236-a-economia-verde-e-um-cavalo-de-troia-invisivel

-http://www.agroecologia.org.br/index.php/temas-prioritarios/construcao-do-conhecimento-agroecologico2/236-a-economia-verde-e-um-cavalo-de-troia-invisivel

-http://g1.globo.com/natureza/rio20/traduzindo-a-rio20/platb/2012/06/21/no-texto-final-o-curto-prazo-tem-mais-urgencia-que-o-longo-prazo/

http://g1.globo.com/platb/mundo-sustentavel/

-http://www.agroecologia.org.br/index.php/noticias/203-movimentos-reafirmam-suas-proposicoes-para-politica-nacional-de-agroecologia-e-producao-organica

-http://www.agroecologia.org.br/index.php/noticias/226-por-busca-de-solucoes-na-producao-de-alimentos

-http://www.agroecologia.org.br/index.php/noticias/229-agricultura-industrial-um-dos-componentes-centrais-da-crise-climatica

-http://www.agroecologia.org.br/index.php/noticias/231-pat-mooney-custo-de-pesquisa-de-sementes-transgenicas-e-136-vezes-maior

sexta-feira, 22 de junho de 2012

DECLARAÇÃO FINAL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS E AMBIENTALISTAS NA CUPULA DOS POVOS

CÚPULA DOS POVOS NA RIO+20 POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL - DECLARAÇÃO FINAL

 

EM DEFESA DOS BENS COMUNS, CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA VIDA

 

Movimentos sociais e populares, sindicatos, povos e organizações da sociedade civil de todo o mundo presentes na Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, vivenciaram nos acampamentos, nas mobilizações massivas, nos debates, a construção das convergências e alternativas, conscientes de que somos sujeitos de uma outra relação entre humanos e humanas e entre a humanidade e a natureza, assumindo o desafio urgente de frear a nova fase de recomposição do capitalismo e de construir, através de nossas lutas, novos paradigmas de sociedade.

 

A Cúpula dos Povos é o momento simbólico de um novo ciclo na trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre movimentos de mulheres, indígenas, negros, juventudes, agricultores/as familiares e camponeses, trabalhadore/as, povos e comunidades tradicionais, quilombolas, lutadores pelo direito a cidade, e religiões de todo o mundo. As assembléias, mobilizações e a grande Marcha dos Povos foram os momentos de expressão máxima destas convergências.

As instituições financeiras multilaterais, as coalizões a serviço do sistema financeiro, como o G8/G20, a captura corporativa da ONU e a maioria dos governos demonstraram irresponsabilidade com o futuro da humanidade e do planeta e promoveram os interesses das corporações na conferência oficial. Em constraste a isso, a vitalidade e a força das mobilizações e dos debates na Cúpula dos Povos fortaleceram a nossa convicção de que só o povo organizado e mobilizado pode libertar o mundo do controle das corporações e do capital financeiro.

 

Há vinte anos o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo, denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a privatização e o neoliberalismo. Hoje afirmamos que, além de confirmar nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos humanos já reconhecidos. A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema economico-financeiro.

 

As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista associado ao patriarcado, ao racismo e à homofobia.

 

As corporações transnacionais continuam cometendo seus crimes com a sistemática violação dos direitos dos povos e da natureza com total impunidade. Da mesma forma, avançam seus interesses através da militarização, da criminalização dos modos de vida dos povos e dos movimentos sociais promovendo a desterritorialização no campo e na cidade.

Avança sobre os territórios e os ombros dos trabalhadores/as do sul e do norte. Existe uma dívida ambiental histórica que afeta majoritariamente os povos do sul do mundo que deve ser assumida pelos países altamente industrializados que causaram a atual crise do planeta.

 

O capitalismo também leva à perda do controle social, democrático e comunitário sobre os recursos naturais e serviços estratégicos, que continuam sendo privatizados, convertendo direitos em mercadorias e limitando o acesso dos povos aos bens e serviços necessários à sobrevivencia.

 

A atual fase financeira do capitalismo se expressa através da chamada economia verde e de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento público-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração das novas tecnologias, os mercados de carbono e biodiversidade, a grilagem e estrangeirização de terras e as parcerias público-privadas, entre outros.

 

As alternativas estão em nossos povos, nossa história, nossos costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemônico e transformador.

 

A defesa dos espaços públicos nas cidades, com gestão democrática e participação popular, a economia cooperativa e solidária, a soberania alimentar, um novo paradigma de produção, distribuição e consumo, a mudança da matriz energética,  são exemplos de alternativas reais frente ao atual sistema agro-urbano-industrial.

 

A defesa dos bens comuns passa pela garantia de uma série de direitos humanos e da natureza, pela solidariedade e respeito às cosmovisões e crenças dos diferentes povos, como, por exemplo, a defesa do “Bem Viver” como forma de existir em harmonia com a natureza, o que pressupõe uma transição justa a ser construída com os trabalhadores/as e povos. A construção da transição justa supõe a liberdade de organização e o direito a contratação coletiva e políticas públicas que garantam formas de empregos decentes.

 

Reafirmamos a urgência da distribuição de riqueza e da renda, do combate ao racismo e ao etnocídio, da garantia do direito a terra e território, do direito à cidade, ao meio ambiente e à água, à educação, a cultura, a liberdade de expressão e democratização dos meios de comunicação, e à saúde sexual e reprodutiva das mulheres.

 

O fortalecimento de diversas economias locais e dos direitos territoriais garantem a construção comunitária de economias mais vibrantes. Estas economias locais proporcionam meios de vida sustentáveis locais, a solidariedade comunitária, componentes vitais da resiliência dos ecossistemas. A maior riqueza é a diversidade da natureza e sua diversidade cultural associada que estão intimamente relacionadas.

 

Os povos querem determinar para que e para quem se destinam os bens comuns e energéticos, além de assumir o controle popular e democrático de sua produção. Um novo modelo enérgico está baseado em energias renováveis descentralizadas e que garanta energia para a população e não para corporações.

A transformação social exige convergências de ações, articulações e agendas comuns a partir das resistências e proposições necessárias que estamos disputando em todos os cantos do planeta. A Cúpula dos Povos na Rio+20 nos encoraja para seguir em frente nas nossas lutas.

Rio de Janeiro, 15 a 22 de junho de 2012.

 

Comitê Facilitador da Sociedade Civil na Rio+20 – Cúpula dos Povos (Fonte: EcoAgência)