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quinta-feira, 22 de março de 2012

ESTUDAR EM UNIVERSIDADES RENOMADAS FAZ A DIFERENÇA?

Provavelmente você já escutou por aí que os alunos de instituições de ensino superior renomadas conseguirão um emprego mais facilmente do que os estudantes de faculdades menos conceituadas. Será mesmo?

 

Diferente de muitas pessoas que ficam com aquela dúvida sobre qual curso fazer, Tiago Vicari já sabe muito bem qual área vai seguir: Administração de Empresas. Apesar de ter 17 anos, ele já se imagina coordenando áreas, criando novas formas de pensamento para solucionar problemas, administrando bem as finanças e, claro, desfrutando de uma boa remuneração. Porém, se a indecisão não é na escolha do curso (comum a muitos jovens), o receio dele está em escolher onde estudar. "Minha dúvida é saber se compensa fazer o curso em faculdades menos famosas e se o mercado valoriza essas instituições", comenta.

 

E o tema se tornou debate onde estuda. "Na verdade, o que faz com que eu pense nisso é a forma como minha escola nos orienta sobre o assunto. Segundo vários professores e as pessoas que trabalham lá, as melhores oportunidades surgem quando se tem uma universidade 'com nome' no currículo", declara Tiago.

 

A preocupação dele não surgiu à toa. Muito se diz sobre o peso do "nome da universidade" no currículo dos profissionais, mas você saberia dizer o que há de realidade sobre o tema? Até que ponto o nome da instituição de ensino pode influenciar a escolha dos recrutadores em uma entrevista?

 

Verdades e mentiras

 

Entrar e concluir uma formação profissional numa instituição de ensino superior no Brasil, de fato, não é para todos. Segundo o último levantamento da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 11% da população brasileira com idade entre 25 e 64 anos têm ensino superior. O número, aliás, nos deixa no último lugar em um grupo de 36 países ao avaliar a quantidade de graduados na população. E quando se trata das universidades mais conceituadas, esse número de pessoas que consegue o diploma é ainda menor.

O gestor de carreira da RH Capital, Sidney Alves, revela que o nome da universidade influencia sim e, em alguns casos, é determinante na decisão dos recrutadores em uma entrevista de emprego. "O ingresso em uma universidade renomada exige um esforço maior para passar no vestibular devido à maior dificuldade no teste. Além disso, o grau de exigência dessas instituições é geralmente alto durante a graduação", explica Sidney.

 

Quando se trata de candidatos recém-formados ou ainda estudantes, o peso dessa escolha é mais acentuado. Jussara Dutra, gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Senior, explica que o tipo de vaga interfere. "Por exemplo, em programas de estágio e trainee, nos quais há pouca experiência profissional e a concorrência é muito acirrada, a formação em uma universidade de renome pode fazer a diferença, principalmente no que diz respeito a áreas técnicas", revela a consultora.

 

Mas você saberia identificar uma "universidade de renome"? Uma das formas é conferir a avaliação do Ministério da Educação sobre a instituição. Para isso, existe o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que é formado por três componentes principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. Além disso, é possível encontrar ajuda em revistas e jornais especializados que produzem rankings de qualidade e através de contato com pessoas que já passaram pelas instituições.

 

Diferencial passageiro

Mas quem acha que apenas estudar em uma universidade renomada será sempre um diferencial para concorrer no mercado está profundamente enganado. Especialistas em recursos humanos são unânimes ao afirmarem que, quando a vaga requer uma experiência específica, a maturidade profissional anterior conta mais na hora da escolha dos candidatos.

 

"Existe um consenso de que após cinco anos da formatura a experiência importa mais do que o nome da universidade. Mesmo que a instituição seja importante, a bagagem profissional do candidato vai influenciar mais na sua atuação. O perfil do candidato, outros conhecimentos e suas competências se tornam mais fundamentais", declara Sidney Alvez.

 

Para Luiz Edmundo Rosa, diretor nacional de educação da ABRH Nacional, com o tempo, nada substitui a prática do dia a dia e o perfil de competências que o profissional adquire. "Cada vez mais se reconhece que o importante na seleção de um candidato a emprego é medir suas competências, incluindo seus conhecimentos e potencial. Tudo aquilo que evidencie na pessoa seus valores, determinação, iniciativa, capacidade de inovar e de empreender".

 

Outros valores

 

Na busca de um "lugar ao sol" no mercado, outro fator que colabora na conquista para uma vaga é o constante aprimoramento. "O mercado muda muito e requer um profissional atualizado e com a qualificação que o cargo exige. Para isso, pode ser considerado um diferencial o domínio de outros idiomas, fazer uma pós-graduação ou MBA, participar de eventos e atuar em associações e cursos de curta duração com foco específico", declara Jussara.

 

Mas para aqueles que ainda não possuem um currículo diferenciado e querem conquistar uma oportunidade, Luiz Edmundo revela uma dica: "conta muito o nível de preparação para a entrevista, em que a pessoa estudou bem a empresa, conhecendo sua estratégia, planos de investimentos, produtos, concorrentes, etc. Hoje essas informações estão disponíveis na internet e é só pesquisar".

Portanto, independente de você possuir um bom currículo ou um ainda não tão bom assim, demonstrar sempre determinação, vontade e personalidade nas tarefas exigidas são trunfos para te ajudar a ter mais sucesso no presente e no futuro da sua carreira. 

 

Fonte:Fábio Bandeira de Mello, Revista Administradores

 

RAUPP FALA DOS GARGALOS QUE AFETAM A INOVAÇÃO EM AULA INAUGURAL NA UFRJ

Raupp e Mercadante falam sobre o Manifesto pró inovação
=>Ao explicar o corte de 23% no orçamento do MCTI neste ano, Raupp esclareceu que o montante não reflete a totalidade aplicada em C,T&I.

RAUPP FALA DOS GARGALOS QUE AFETAM A INOVAÇÃO EM AULA INAUGURAL NA UFRJ
=>Entre os entraves estão a falta de políticas públicas, o baixo envolvimento empresarial e a pós-graduação centrada no conhecimento acadêmico.

MCTI vai fazer parcerias para reduzir impacto do corte orçamentário
=>Ministério perdeu 22% do valor previsto na Lei Orçamentária, o que corresponde a uma fatia de R$ 1,48 bilhão dos R$ 6,7 bilhões iniciais.

Finep quer fazer parcerias para descentralizar atuação
=>Fundações de Amparo à Pesquisa seriam um exemplo de instituição que pode atuar com a Finep, para que agência fique mais próxima dos clientes.

CEO do Silicon Valley Bank visita o Brasil
=>Greg Becker se reuniu com técnicos e presidente da Finep e diz que banco está procurando possibilidades de investimento no País.

Senado vai discutir novo marco legal para informática
=>Lei para o setor, que concede incentivos fiscais em troca de um percentual da receita investido em P&D, estaria desatualizada.

Unicamp oferece curso Avançado de Gestão em Propriedade Intelectual
=>Documentos para a inscrição, que é gratuita, devem ser enviados até dia 30 de março. Aulas serão realizadas de 24 a 27 de abril, em Campinas.

APOIADORES DA XII CONFERÊNCIA ANPEI DESTACAM IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO PARA A ECONOMIA DE JOINVILLE
Com expressiva atividade industrial, município catarinense incentiva as atividades de inovação para ampliar competitividade das empresas e gerar emprego qualificado.

DuPont expande Centro de Inovação e Tecnologia em Paulínia.

Embraer faz parceria para criar centro de P&D em biocombustíveis.

Motorola Mobility lança novo tablet no Brasil.

Brasil atrai área de P&D da IBM pela capacidade de formar cientistas.

Braskem vai investir R$ 170 milhões em fábrica de plástico verde.

Diretor do INT destaca aproximação entre academia e empresas.

Unesp vai criar 11 novos cursos de Engenharia em nove cidades.

USP está entre as cem melhores universidades do mundo.

Palestras na FDTE vão discutir tecnologia em logística portuária.

terça-feira, 20 de março de 2012

GEOENGENHARIA: DELÍRIO OU SALVAÇÃO?

Info

Diante das previsões cada vez mais pessimistas sobre o futuro do clima na Terra, têm surgido diversas e inusitadas propostas de engenharia para frear o aquecimento global. Jean Remy Guimarães avalia algumas dessas soluções em sua coluna de março.

 

Cena de animação feita pela equipe da série ‘Futurama’ em que se sugere usar helicópteros para jogar grandes blocos de gelo no mar para resfriá-lo. No mundo real, também há propostas inusitadas para frear o aquecimento global. (imagem: reprodução)

Problemas globais exigem soluções globais. Enquanto as previsões climáticas para o futuro próximo vão ficando cada vez mais pessimistas e as temperaturas vão rompendo sucessivos recordes – tanto para cima como para baixo –, mas com temperatura média em alta, a possibilidade de algum acordo internacional para a redução das emissões de gases de efeito estufa parece cada vez mais remota. Afinal, mudar cadeias produtivas requer imaginação, tecnologia e recursos para investimento.

 

Os recursos andam ariscos em tempos de crise econômica global. Há tecnologia, mas não o bastante: acordamos tarde do sonho do planeta sem limites e ainda estamos engatinhando na busca por alternativas energéticas menos suicidas e fedorentas do que as atuais.

Acordamos tarde do sonho do planeta sem limites e ainda estamos engatinhando na busca por alternativas energéticas menos suicidas

Diante de tal quadro, resta a imaginação. Em A verdade inconveniente, documentário norte-americano de 2006 sobre a campanha do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore para alertar a população sobre o aquecimento global, há uma animação feita pela equipe da série Futurama (do mesmo criador de Os Simpsons) em que um tecnocrata sugere usar helicópteros para jogar grandes blocos de gelo no mar e, assim, resfriá-lo. Obviamente, seria uma sandice, já que a produção e o transporte do gelo gerariam muito mais calor do que o gelo seria capaz de remover do oceano. A termodinâmica é mesmo impiedosa.

 

Mas não devemos subestimar a imaginação e a capacidade da espécie que inventou a linguagem, a cultura, a religião e o dinheiro, sem esquecer a agricultura, o zíper, os antibióticos, o automóvel e... o desperdício. Afinal, se conseguimos fazer o canal do Panamá e criar e controlar doenças, não é um aquecimentozinho global que vai nos intimidar, certo?

 

E assim surgem propostas de engenharia a serem aplicadas em escala comparável à do problema: é a geoengenharia. São propostas no mínimo surpreendentes, como a colocação em órbita de megaespelhos refletores para reduzir a incidência de raios solares na superfície terrestre. Ou a instalação de espelhos do gênero em áreas desérticas e em oceanos: isso geraria menos carbono do que colocar megabarracas de praia em órbita.

 

Uma das propostas para conter o aquecimento global é a colocação em órbita de megaespelhos refletores para reduzir a incidência de raios solares na superfície terrestre. (foto: Nasa)

Também se cogita o uso de aviões, balões e barcos para semear na atmosfera substâncias que favoreçam a formação de nuvens. E a aspersão dos oceanos com ferro para estimular o crescimento do fitoplâncton, fixando assim muitas gigatoneladas de carbono. E aguardem novos lançamentos em breve.

 

Alto custo, eficiência duvidosa

 

As propostas têm em comum elevados custos financeiros, sociais e ambientais, além de eficiência para lá de duvidosa. Mais do que isso, são joias do mesmo pensamento linear e da arrogância que nos trouxeram à beira do atual precipício. O problema é o Sol? Façamos sombra. É o carbono? Domemos os oceanos, colocando-os a nosso serviço, e assim por diante.

 

As propostas têm em comum elevados custos financeiros, sociais e ambientais, além de eficiência para lá de duvidosa

 

Se conseguimos alterar o clima da Terra (sem falar de sua paisagem) e colocar em xeque o sistema que inventamos foi porque resolvemos manipular o planeta antes de entender minimamente seu funcionamento. Nesse sentido, essas propostas de geoengenharia são emblemáticas, já que não temos a menor ideia do que acontecerá se as colocarmos em prática, a não ser o gasto líquido e certo de grande quantidade de recursos cada vez mais escassos, além da geração de mais carbono.

 

Apesar disso (ou talvez por isso mesmo), investimentos não desprezíveis têm sido feitos em pesquisas sobre o tema, para reduzir as incertezas que rondam essas ambiciosas soluções. O governo inglês, por exemplo, destinava até 2009 cerca de 30 milhões de reais por ano para pesquisas na área. A Royal Society (instituição inglesa dedicada à promoção do conhecimento científico) achou que se deveria gastar 10 vezes mais.

Recentemente, Bill Gates, fundador da Microsoft, doou 10 milhões de dólares a um fundo para pesquisa e inovação em clima e energia. Nos dois últimos anos, os pedidos de financiamento ao governo dos Estados Unidos para pesquisas sobre o tema somaram 3,4 bilhões de dólares, dos quais se aprovou um vigésimo apenas.

 

Ora, direis, em comparação com os chutados 30 bilhões de reais da represa de Belo Monte ou de nosso ainda hipotético trem-bala: tudo isso junto ainda é merreca. E é mesmo. Mas a situação pode mudar, e muito. Não se empolgue, pois as citadas obras não ficarão mais baratas, o montante dos investimentos em geoengenharia é que pode aumentar bastante.

 

Captação de CO2: opção viável?

 

No entanto, há uma solução para a redução das emissões de carbono que, além de menos mirabolante do que as supracitadas, já é operacional. Trata-se da captação de CO2 na fonte. Em uma termoelétrica a gás ou carvão, por exemplo, isso implica primeiro remover compostos de enxofre, nitrogênio e outras impurezas dos gases de combustão. Em seguida, os gases já mais asseadinhos são resfriados para diminuírem de volume e injetados em um reator onde o CO2 se combina com amônia também resfriada. Os gases agora livres de CO2 são então lavados e expelidos por uma chaminé.

 

Central Termoelétrica do Pego, em Portugal. Uma solução operacional para a redução das emissões de carbono é a captação de gás carbônico na fonte, por exemplo, em termoelétricas a gás ou carvão. (foto: Flickr/ ChromaticOrb – CC BY-NC-ND 2.0)

 

Aquecendo-se a solução de amônia, esta libera o CO2 e, após resfriamento, pode ser reutilizada. Por sua vez, o CO2 liberado é comprimido até se tornar líquido. Mas onde guardaremos tantos botijões? E quando haverá uma opção compacta dessa parafernália para carros flex 1.0?

De novo não se empolgue: a solução por enquanto só serve para grandes fontes fixas de emissão. Fico curioso em relação ao consumo de água, energia e emissão de carbono associados a essa forma tão laboriosa de... captar carbono, mas essa aritmética fica para outra vez. Por enquanto, vamos à questão dos botijões.

 

Botijões, que botijões? Não haverá, tivemos idéia melhor: mega botijões naturais – e, portanto, gratuitos –, ou seja, estocagem geológica em rochas do subsolo, ou melhor ainda, injeção em poços de petróleo desativados. Não é genial? Do poço viestes, ao poço voltarás. Aleluia! Estamos salvos.

 

Mas.... Um momento. Se eu entendi direito, a mesma cadeia produtiva do petróleo que inferniza sua concorrente nuclear há décadas, brandindo sob o nariz desta a suposta insegurança da estocagem geológica de rejeitos sólidos, insolúveis, vitrificados, cimentados, encapsulados e cuja toxicidade tem prazo determinado, quer agora nos convencer que é seguro fazer o mesmo com um gás que é um poluente eterno, quando não consegue nem mesmo evitar o vazamento de um líquido? E tudo isso para evitar mudar hábitos perdulários?

 

Depois de Futurama, resta-nos lembrar de Hardy, a hiena do desenho da Hanna-Barbera: Ó Deus, ó vida, ó lugar, isso não vai dar certo.

 

Fonte: Ciencia Hoje

Por: Jean Remy Davée Guimarães

Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho - Universidade Federal do Rio de Janeiro

A RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL JÁ COMEÇOU?

As perspectivas para a economia global melhoraram bastante, mas muita coisa ainda pode dar errado

 

Há sinais tentadores de boas notícias na economia mundial. Nos Estados Unidos, empresas estão contratando mais e consumidores estão gastando mais. A recessão na zona do euro está se mostrando mais suave do que o esperado. A reestruturação da dívida da Grécia, a primeira economia desenvolvida a aplicar uma moratória em 60 anos, foi aprovada sem problemas. Celebrados pelos sinais de recuperação, e aliviados por terem evitado um desastre (especialmente na Europa, que no final do ano passado parecia à beira de uma calamidade comparável a da Lehman Brothers), os mercados financeiros têm subido de forma constante. O índice MSCI de ações globais aumentou em quase 9% desde o início do ano, e em 20% desde os sua baixa em outubro do ano passado.

 

Depois de um período bastante sombrio, não é surpresa que os espíritos do mundo animal estejam começando a saltar novamente. No entanto, há boas razões para manter a cautela com tamanho otimismo. O crescimento mundial, diminuído pelas economias emergentes menos efervescentes, e pela recessão na Europa, ainda deve ser mais lento do em 2011.

 

E ainda há grandes riscos lá fora. Em várias ocasiões desde a crise financeira de 2008, as esperanças dos investidores de um crescimento sólido e duradouro foram adiadas – seja pelo azar (aumento dos preços do petróleo), má política (uma enorme austeridade orçamental de maneira muito rápida), ou a triste constatação de que as recuperações após o confisco de ativos são geralmente fracas e frágeis. Se as tensões relativas ao programa nuclear do Irã crescerem, por exemplo, um choque na oferta de petróleo poderia causar caos novamente. Muito coisa ainda pode dar errado.

 

Menos depressão, mas nada de boom

 

Convenientemente para um presidente candidato à reeleição em novembro, os sinais mais claros de recuperação estão nos Estados Unidos. A boa notícia é, ao mesmo tempo, cíclica, com a diminuição do desemprego estimulando a renda e os gastos; e estrutural, já que tudo indica que as terríveis consequências da crise imobiliária estão diminuindo. Exclua o trabalho temporário envolvido na realização de censo dos Estados Unidos de 2010, e mais empregos foram criados nos três meses desde novembro do que em qualquer período de três meses desde 2006. O desemprego e o subemprego estão caindo. Os preços das casas continuam em baixa, mas preços na construção e nos imóveis começaram a subir. O crédito dos consumidores está crescendo e o aperto fiscal diminuiu, graças a uma flexibilização dos orçamentos estaduais e da extensão do Congresso dos cortes de impostos temporários até o final do ano.

 

Nada disso remete aos tempos de boom. Para o ano como um todo a economia americana provavelmente irá crescer em torno da sua taxa tendencial de cerca de 2,5%. Isso é muito menor do que o esperado após uma recessão normal, mas depois de crises financeiras, quando os consumidores estão sobrecarregados de dívidas, recuperações tendem a ser anêmicas. Esse nível de crescimento não vai baixar a taxa de desemprego rapidamente, mas já representa uma melhoria em relação a 2011 e, mais importante, poderia ser o primeiro passo para uma recuperação auto-sustentável, graças ao círculo no qual um aumento no crescimento do combate ao desemprego leva a aumento dos gastos do consumidor, que por sua vez devem gerar mais empregos.

 

A Europa, pelo contrário, continua distante da recuperação. Há a boa notícia é simplesmente que as coisas não estão tão ruins quanto poderiam estar. Graças à oferta maciça de liquidez aos bancos oferecida pelo Banco Central Europeu (BCE) sob a nova gerência de Mario Draghi, tanto um colapso financeiro quanto uma desagradável crise de crédito parecem ter sido evitados. O resultado é uma recessão rasa da qual a Alemanha pode escapar completamente. Para outros, entretanto, ainda não está claro que o crescimento virá. A maioria dos países europeus, particularmente aqueles na periferia da zona do euro, está impondo austeridade em suas economias para baixar os seus déficits. As reformas estruturais que estão sendo introduzidas para ajudar a impulsionar o crescimento vão levar tempo para ter muito efeito.

 

Mas enquanto se mantiver superficial, a recessão europeia causará danos limitados sobre o resto do mundo. E isso é uma razão importante pela qual a perspectiva para muitas economias emergentes é melhor do que era há alguns meses. O crescimento desacelerou acentuadamente em muitas economias emergentes, da China ao Brasil, já que a política monetária mais apertada abalou os gastos domésticos. Mas um colapso na Europa poderia provocar uma desaceleração muito mais profunda no mundo emergente, uma vez que as exportações despencaram e o capital estrangeiro desapareceu. Com uma catástrofe da zona do euro fora da mesa, pelo menos por agora, os fluxos de capital para países emergentes estão subindo e economias orientadas para a exportação (especialmente na Ásia) estão começando a acelerar novamente.

 

A China é a exceção: seus valores comerciais recentes foram surpreendentemente desapontadores. Mas mesmo lá, as perspectivas para o resto do ano são melhores do que as notícias recentes sugerem. Isso porque uma queda de boas-vindas na inflação abre espaço para que o governo chinês alivie a política monetária e fiscal, mesmo que restrições sobre a especulação imobiliária permaneçam. O governo não permitirá uma desaceleração muito acentuada, já que a mudança da liderança na China neste ano coloca como prioridade a manutenção da estabilidade social.

 

A última cruzada

 

Os países europeus precisam parar de se concentrar tão intensamente na austeridade e, ao invés disso trabalhar mais para gerar crescimento. As injeções de liquidez do BCE conseguiram ganhar tempo para os governos endividados, mas para que o alívio da zona do euro seja permanente, a região precisa construir instituições que permitam a responsabilidade solidária por dívidas governamentais se equilibrem com a disciplina fiscal.

 

A prioridade norte-americana deve ser a de elaborar um plano de médio prazo que coloque o déficit orçamental numa trajetória descendente, sem extinguir a recuperação. Não há, infelizmente, qualquer chance de que isso aconteça antes da eleição presidencial de novembro. A economia da China continua a ser excessivamente dependente do investimento e do consumo doméstico. Ao invés de incentivar a construção de estradas e ferrovias, qualquer estímulo em 2012 deve promover moradias baratas e salários mais elevados, bem como pensões e gastos com a saúde.

 

As razões para o otimismo são reais. Mas se os responsáveis pelas políticas errarem novamente, a recuperação pode ir por água abaixo.

Fontes: The Economist - Can it be…the recovery?

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O BOOM DAS DÍVIDAS FAZ SENTIDO - CONTRARIANDO O CENÁRIO DO FIM DOS ANOS 1990, INVESTIDORES ESTRANGEIROS ESTÃO CONTENTES DE APOSTAR EM ECONOMIAS EMERGENTES

Há dez anos o Brasil ainda carregava a mácula da crise da dívida latino-americana da década de 1980 e da moratória argentina de 2001. Títulos do governo brasileiro eram classificados como lixo e sua dívida rendia mais de 10%. Mas o Brasil não seguiu o caminho argentino, e seus títulos foram promovidos a um nível de “investimento” em 2008.

 

A dívida do seu setor empresarial também se tornou muito mais atraente para investidores internacionais. A Petrobras, recebe uma classificação BBB pela Standard & Poor e pela Fitch, duas agências de rating. Mas a sua oferta de US$ 7 bilhões em títulos atraiu propostas avaliadas em US$ 25 bilhões no mês passado.

 

A Petrobras não está sozinha. Títulos corporativos oriundos de mercados emergentes totalizaram US$ 464 bilhões em 2011, de acordo com a Dealogic, um provedor de dados, em comparação com apenas US$ 177 bilhões em 2007. Empresas de mercados emergentes levantaram mais de US$ 98 bilhões dólares em 2012, um montante 10% maior que durante o mesmo período em 2011. Grandes emissores de títulos, de acordo com Barclays Capital, incluem a Reliance Industries, da Índia; a Hutchison Whampoa, de Hong Kong; e a Singapore Telecom.

 

O entusiasmo dos investidores por essa dívida não é surpresa. Os rendimentos no mundo desenvolvido estão muito baixos, pelo menos fora da periferia da zona do euro, onde o medo das moratórias ainda é alto. Os investidores estão felizes em espalhar sua rede de forma mais ampla em busca de uma renda extra. Aproveitar esta oportunidade faz todo sentido para empresas de mercados emergentes. Elas podem até pegar empréstimos com vencimentos longos, de até 30 anos, o que teria sido inimaginável há uma década.

Na prática, mercados emergentes emissores estão se beneficiando das políticas de taxas de juros baixas nos bancos centrais do mundo desenvolvido. Isso não é uma grande notícia para as empresas pequenas e médias do mundo rico que dizem que estão lutando para obter empréstimos. É fácil criar dinheiro novo, mas você não terá certeza de onde ele vai parar.

 

Uma busca semelhante por rendimentos ocorreu em meados da década passada, quando os baixos rendimentos dos títulos públicos, levaram os investidores a se acumular em produtos de dívida complexos ligados aos imóveis norte-americanos. Essa bolha estourou com resultados desastrosos. Poderiam os investidores cometer um erro semelhante desta vez?

 

O entusiasmo atual com a dívida dos mercados emergentes se parece menos com uma bolha. Afinal, o registro econômico de muitos países em desenvolvimento tem melhorado ao longo dos últimos dez anos. De fato, a relação entre a dívida e o PIB da média dos mercados emergentes é menor do que a do país médio no mundo desenvolvido.

 

Também faz sentido que os investidores na Europa e nos Estados Unidos diversifiquem suas gama de títulos fora do mundo desenvolvido. Isso não é uma ideia nova. Como mostra The First Global Emerging Markets Investor (“O Primeiro Investidor Global de Mercados Emergentes”), um estudo acadêmico realizado por David Chambers, da Judge Business School, e Rui Esteves, da Universidade de Oxford; a Foreign & Colonial, o primeiro grupo de investimento britânico, foi criado em 1868 para investir em títulos estrangeiros, incluindo os emitidos no Egito, na América Latina e na Turquia. Em 1913, o fundo teve uma exposição de 93% para o que era, então, o equivalente aos mercados emergentes.

 

Até que o comércio global fosse interrompido pela Primeira Guerra Mundial, esta foi uma estratégia altamente rentável: valor do ativo líquido do fundo aumentou em 5,2% ao ano, numa era de inflação praticamente zero. Significou também que o capital global estava fluindo da maneira certa, para países que precisavam financiar o desenvolvimento, e ofereceram as oportunidades de crescimento mais atraentes.

 

Desde a crise asiática do fim dos anos 1990, o capital global foi fluindo para o lado errado – dos mercados emergentes para o mundo desenvolvido, principalmente para a compra de seus títulos governamentais de baixo rendimento. Em um cenário ideal, o mundo rico, de envelhecimento acelerado, estaria funcionando com superávits nas contas-corrente e acumulando créditos sobre os países de crescimento mais rápido crescimento, promovendo uma proteção para sua condição.

 

Esta seria uma boa notícia para os que economizam no mundo ocidental, e que correm o risco de serem levados pelas novas regulamentações financeiras a possuir dívidas de seu próprio governo sob taxas de juro real (ou seja pós-inflação) negativas. Melhor, certamente, seria possuir a dívida da Petrobras do que ter a duvidosa honra de emprestar dinheiro ao governo britânico em um baixo rendimento de 100 anos, uma ideia que está sendo testada pelas autoridades. Em 1932, um governo de coalizão dominado pelos conservadores britânicos tirou proveito de um mercado de títulos flutuante para trocar um empréstimo de guerra que rendia 5%, por um que rendia 3,5%. Dentro de 20 anos, os investidores de títulos britânicos haviam perdido 60% do seu capital em termos reais.

 

A POLITICA EXTERNA E A INTEGRAÇÃO DOS POVOS

A política externa brasileira sempre foi vista pelo grande empresariado industrial e do agronegócio como propriedade desses setores.

Sob a alegação de ser uma política de Estado, confundia-se interesse nacional com seus próprios interesses.

 

Ao longo dos últimos anos novas agendas e novos atores passaram a disputar os rumos da política externa, visando a democratizá-la e torná-la uma política pública que reflita os interesses múltiplos e conflitantes que existem na sociedade brasileira. Trabalhadores urbanos e rurais, consumidores, ambientalistas, organizações que defendem direitos sociais e serviços públicos universais passaram a questionar as prioridades das grandes corporações que sempre orientaram a atuação externa do Brasil.

 

Passaram também a pressionar para que a agenda de direitos, da sustentabilidade ambiental e de garantia das políticas de saúde, educação, serviços públicos, segurança e soberania alimentar passe a orientar a formulação da política externa.

 

Tais organizações e movimentos sociais defendem uma agenda diferenciada de integração do Brasil com os países da América Latina e com outros países do Sul. Propõem o controle social da atuação de empresas dentro e fora do Brasil, demandando garantias e contrapartidas sociais e ambientais das empresas multinacionais, inclusive das empresas brasileiras que estão se internacionalizando, e exigindo o cumprimento das regulações existentes para elas no plano internacional e na legislação nacional. Defendem que a política externa incorpore como diretriz central a defesa da dimensão ambiental, priorizando a articulação da posição externa com políticas internas de transição para uma economia de baixo carbono, que inclua a diversificação da matriz energética, a defesa dos sistemas agroecológicos da agricultura familiar e camponesa, o respeito aos territórios das populações tradicionais. Defendem que os direitos sociais prevaleçam sobre os interesses meramente comerciais.

 

Para que os interesses múltiplos e conflitantes existentes na sociedade brasileira possam ser processados, mediados e por fim traduzidos em posição externa é necessária a criação de um espaço institucional que inclua esta diversidade de atores e agendas. Os espaços e dinâmicas existentes até agora - sejam a Camex, as consultas ad hoc, as reuniões realizadas em gabinetes de ministérios com os grupos empresariais de pressão - já não são mais aceitáveis porque deixam importantes setores sociais e agendas do lado de fora, sem interlocução. A proposta de criação de um Conselho de Política Externa reforçaria o papel do Ministério das Relações Exteriores como o lócus de mediação, formulação e condução da política externa, conferindo legitimidade às definições dessa política. O conflito e a democratização do processo decisório na política externa são sinais positivos, pois contribuem para a democratização do Estado. E isso deve ser visto como prioridade pelo próximo governo.

FÁTIMA MELLO é secretária executiva da ONG Rede Brasileira Pela Integração dos Povos.

 

Cidades e Soluções: JARDINS FILTRANTES + RAIO-X DO CARVÃO VEGETAL NO BRASIL

JARDINS FILTRANTES (Inovante)

O Cidades e Soluções mostrou que jardins, além de embelezar a paisagem e melhorar a qualidade de vida de uma cidade, oferecendo lazer e um clima agradável, também podem tratar esgoto. Vem da França o exemplo dos jardins filtrantes, que tratam esgotos de comunidades inteiras, resíduos industriais e até as águas do rio Sena.

A repórter Joana Calmon foi conferir a tecnologia da empresa Phytorestore, que combina a capacidade de absorção de poluentes de algumas plantas com a capacidade de oxigenação de outras. Tudo sem perder de vista a beleza – o projeto paisagístico é inspirado nas obras de Claude Monet.(Leia mais)

BRASILEIROS DESCONHECEM A RIO+20. POR QUÊ? (Instituto Ethos)

A três meses da sua realização, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável ainda não é conhecida pelos brasileiros. (Leia mais)

MERCADO FOTOVOLTAICO À PROCURA DE PROFISSIONAIS

O mercado fotovoltaico no Brasil ainda nem emplacou e os agentes do setor já relatam a falta de profissionais qualificados para implantação e desenvolvimento da tecnologia. Especialistas revelam que a maioria dos profissionais está sendo formada em cursos de pós-graduação que ainda não recebem o grande público formado pelas universidades.

quarta-feira, 7 de março de 2012

AUSTRÁLIA FICA MAIS PRÓXIMA DE CRIAR MERCADO DE CARBONO

A primeira-ministra Julia Gillard em votação interna do Partido Trabalhista e anúncio sobre a distribuição de 94,5% dos créditos de forma gratuita aumentaram a possibilidade de o mercado virar realidade em 2015

 

A Austrália vem sendo palco de acalorados debates sobre medidas para limitar as emissões de gases do efeito estufa há anos e é observada com atenção por outras nações e analistas que enxergam o país como uma espécie de laboratório de como as negociações entre o governo, empresas e sociedade sobre o tema evoluem.

 

Nesta terça-feira (28) dois acontecimentos resultaram no que pode ser considerado o salto mais concreto até agora em direção ao estabelecimento do prometido mercado de carbono australiano em 2015.

 

O primeiro deles foi a vitória da atual primeira-ministra Julia Gillard em uma disputa interna pela liderança do Partido Trabalhista. Com o resultado, ela garante que continuará a ocupar o cargo máximo da política australiana.

 

Gillard venceu o ex-primeiro-ministro Kevin Rudd por 71 votos a 31, e assim, com ampla folga, demonstrou que conta com o apoio do partido para seguir com suas ideias para a Austrália, incluindo a criação do mercado de carbono.

 

Logo após a vitória, Gillard anunciou como funcionará a distribuição de créditos gratuitos de carbono para 36 setores industriais, como a mineração e siderurgia.

 

De acordo com a proposta, 94,5% dos créditos serão distribuídos gratuitamente já a partir de julho, quando começará a cobrança da chamada “taxa de carbono” no valor de A$ 23 (R$ 41,79) a tonelada. O número de créditos gratuitos diminuirá em 1,3% ao ano.

“Se as empresas reduzirem suas emissões, que é o objetivo dos nossos planos, o preço do carbono será ainda menor e pode, inclusive, tornar o mercado lucrativo para as companhias mais limpas”, explicou Greg Combet, ministro de Mudanças Climáticas e Indústria da Austrália, que acrescentou que os créditos distribuídos gratuitamente fazem com que o preço real da taxa seja de apenas A$ 1,30 a tonelada.

A alocação das permissões gratuitas será baseada nas emissões históricas de cada atividade, com os setores exportadores sendo os maiores privilegiados para que não percam competitividade no mercado internacional.

 

A lista das empresas que terão que pagar o preço total da taxa será apresentada em abril.

 

Gillard defendeu a medida, afirmando que é a mais adequada para atingir o objetivo de incentivar cadeias de produção mais limpas e eficientes.

“Estou absolutamente convencida de que a legislação proposta é a ideal e que o preço inicial de A$ 23 é justo. Mas queremos manter a competitividade de nossa indústria e seguir criando empregos, por isso algumas medidas atenuadoras serão postas em prática”, afirmou.

A taxa de carbono será cobrada dos 500 maiores emissores do país e a intenção é que em três anos ela deixe de existir e um sistema de comércio de emissões entre em vigor.

 

Segundo o projeto, a taxa vai aumentar 2,5% por ano antes de se transformar em um preço flutuante sujeito às necessidades do mercado, sendo que o governo controlará a quantidade de permissões, assim como um valor mínimo e máximo para elas. Espera-se que no futuro a plataforma australiana seja interligada com a da Nova Zelândia e da Europa

 

 

 

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RESÍDUO DE BORRA DE CAFÉ ACABA COM MAU CHEIRO DE ESGOTO

Os amantes de café do mundo todo podem se regozijar. As pilhas de borra que são descartadas diariamente podem desaparecer com o mau cheiro típico do esgoto.

 

Pesquisadores da Universidade da Cidade de Nova York relatam na revista "The Journal of Hazardous Materials" que a borra de café pode absorver o sulfeto de hidrogênio, gás causador, em grande parte, do odor do esgoto.

 

Atualmente, usa-se carvão ativado ou carvão poroso para extrair o sulfeto de hidrogênio do esgoto nas estações de tratamento.

 

Contudo, os pesquisadores descobriram que, quando a borra de café é transformada em carbono ativado, ela absorve enxofre --um dos componentes do sulfeto de hidrogênio, particularmente bem. Isso se deve à presença de um componente fundamental: a cafeína.

 

A cafeína contém nitrogênio, que aumenta a capacidade do carbono de eliminar o enxofre do ar, explicou Teresa J. Bandosz, química e engenheira química da universidade e uma das autoras do relatório.

 

Para carbonizar a borra de café, ela e seus colegas misturaram a borra à água e ao zinco e depois secaram a mistura em um forno.

 

Randosz espera que empreendedores adquiram os direitos de patente da pesquisa e a convertam em um negócio.

 

Ela própria uma grande consumidora de café, Bandosz surgiu com a ideia por jogar fora uma grande quantidade de borra.

 

"O café fresco funcionaria ainda melhor, pois possui mais cafeína", afirmou. "Mas não é econômico utilizá-lo."

 

Fonte: New York Times

terça-feira, 6 de março de 2012

SE UMA EMPRESA ENTRAR 100% NA SUSTENTABILIDADE, ELA QUEBRA", DIZ ESPECIALISTA EM MARKETING

Para Albélio Dias, vice-presidente de sustentabilidade da Academia Mineira de Marketing, a sustentabilidade é uma oportunidade de negócio e como tal deve ser aproveitada

 

Albélio Dias, vice-presidente de sustentabilidade da Academia Mineira de Marketing, quebrou alguns paradigmas ao falar de sustentabilidade na palestra realizada nesta semana no B.I. International de Belo Horizonte, com o tema "Sustentabilidade, um ótimo negócio".

 

Albélio afirma que a sustentabilidade é uma oportunidade de negócio e como tal deve ser aproveitada. Esse pensamento, segundo ele, é a única maneira de propagar efetiva e continuamente as ações, de fato, sustentáveis e não apenas "verdes".

Confira abaixo a íntegra da entrevista com o especialista.

 

As empresas sabem realmente o que é sustentabilidade?

 

Existe uma confusão entre empresa sustentável e empresa social. A empresa não é social, é capitalista e pode contribuir para a sustentabilidade.

 

O que é sustentabilidade e o que é empresa social?

 

Sustentabilidade de acordo com o conceito da ONU é "o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades". A sustentabilidade na empresa é garantir a sobrevivência do negócio infinitamente, ou seja, é capitalista e visa lucro. Já a empresa social, de acordo com Muhammad Yunus, prêmio Nobel da paz em 2006, é voltada para resolver problemas sociais, portanto não objetiva maximizar os lucros e não distribui o dividendo, ou seja a receita é reinvestida integralmente na melhoria de produtos e serviços com impacto social. Yunus criou, por exemplo, uma parceria com a multinacional Danone (Grameen Dadone Food) para produzir um iogurte fortalecido com vitaminas e sais minerais com preços acessíveis para combate à desnutrição.

 

Que tipo de contribuição uma empresa pode dar para a sustentabilidade?

 

As pessoas buscam qualidade de vida e tem desejado a sustentabilidade. As empresas devem encarar essas tendências como oportunidades. As empresas devem se perguntar: "em que essas mudanças se relacionam com o meu negócio?". A exigência dos clientes devem impactar e gerar mudanças, readequações e se tornar novas oportunidades.

 

Quais são as mudanças que a empresa deve fazer para se tornar sustentável?

Em primeiro lugar, é preciso implantar uma cultura sustentável, mobilizar as pessoas. Não existem fórmulas prontas, mas promover palestras, reuniões semanais para que todos possam contar quais as atitudes sustentáveis começaram a praticar na última semana, enfim, desenvolver estratégias para que as pessoas realmente vivam, entendam e apliquem a sustentabilidade. Isso faz aflorar a criatividade e a inovação para implementar ações sustentáveis. Para isso acontecer, é preciso incentivo da liderança, como estimular o intra-empreendedorismo, a inovação, flexibilizar processos para que todos desenvolvam atividades sustentáveis, também são atitudes importantes dentro das organizações.

 

Quais os cuidados que a empresa deve ter?

Se uma empresa entrar 100% na sustentabilidade, ela quebra. A sustentabilidade é um processo e como qualquer projeto exige investimento e retorno financeiro. Por isso, a empresa precisa escolher por onde começar, por um produto, por exemplo. A empresa será sustentável sem deixar de ser capitalista. Um exemplo é a GE, que desenvolveu, entre outros produtos, uma turbina de avião que possibilita o uso de biocombustível: é sustentável e ela ganha dinheiro com isso. Ou seja, a empresa precisa ter a sustentabilidade ligada ao negócio.

 

Qual o papel das escolas, universidades e escolas de negócio como condutoras da cultura sustentável?

Todo conceito de administração, empresa, gestão atual vieram de um modelo industrial, que é determinístico. As pessoas não foram formadas com a visão sustentável, ou seja, com a visão estratégica para o social e ambiental. Esse é o novo paradigma: a gestão e a formação de pessoas. Hoje vivemos na base da experimentação, da inovação e do empreendedorismo de alguns, mas precisamos de uma visão integrada organizacional direcionada para a sustentabilidade.

 

 

Qual o papel da inovação e do empreendedorismo na sustentabilidade?

O Brasil é empreendedor, é, inclusive, destaque na Semana Global do Empreendedorismo, por exemplo. No entanto, falta educar esses empreendedores com a visão de negócio. Muitas escolas não colocam isso de forma prioritária, por exemplo, existem professores falando de empreendedorismo sem nunca terem empreendido. O empreendedorismo se refere ao negócio e não necessariamente a abertura de uma empresa. Portanto, para uma companhia se tornar sustentável, precisará de uma boa dose de empreendedorismo para que surjam ideias inovadoras. Essas são questões de sobrevivência de uma empresa, necessárias para se manter competitiva.

 

O Brasil vive um momento paradoxal. Por um lado, possui consumidores que exigem mais das empresas ações sustentáveis, mas que não são, na sua maioria, sustentáveis no dia a dia. As empresas também estão, cada vez mais, levantando a bandeira da sustentabilidade, mas também não implementam uma cultura, de fato, sustentável. Concorda? Por que isso acontece?

 

Concordo. Falta a cultura sustentável, que acontece através de algumas ações:

 

- Educação: Desde o ensino fundamental, as crianças devem aprender pequenas ações sustentáveis, como acontece em Curitiba, por exemplo. Lá as pessoas aprendem desde cedo que não se pode jogar papel no chão.

 

- Consequência de uma ação não sustentável: Quando vivemos o racionamento de energia, as pessoas aprenderam a valorizar a água e a energia elétrica. Nem todos permaneceram com as mesmas atitudes por causa da cultura da abundância natural do Brasil, por isso a importância de outra ação:

 

- Conscientização: Campanhas realizadas pelo governo, ONG's, seja em mídias sociais ou das mais diversas maneiras, elas servem para causar a reflexão nas pessoas: "você é ou não responsável?". Um exemplo foi a campanha que o Greenpeace fez para os apaixonados pela Apple, questionando se eles estavam consumindo um produto sustentável. Como resultado, cerca de um milhão de clientes questionaram Steve Jobs, responsável pela Apple na época, sobre o que a empresa fazia em prol da sustentabilidade.

 

Afinal, como entender a sustentabilidade como um negócio?

 

A sustentabilidade é um processo de aprendizado, de debate. Para falar de sustentabilidade, falo do futuro, com o pé no presente; questiono "que tipo de futuro quero construir?" e a partir disso, penso um negócio que visa atender essa necessidade. As atitudes de responsabilidade sócio-ambiental são ações, mas a meta é a sustentabilidade, feita de maneira a gerar lucro.

 

Como aplicá-la?

Albélio: Para empresa aplicar a sustentabilidade, ela precisa levar em conta três fatores: a sociedade, os recursos e a tecnologia. Por exemplo: as empresas que vendem as máquinas de lavar louça que permite a limpeza com água fria (a maioria precisa de água quente para dissolver o produto que faz a higienização). Essas empresas pensaram na sociedade, que vai economizar a energia que esquentava a água e a conta vai ficar mais barata; nos recursos: precisamos racionar a energia e diante disso, desenvolveram a tecnologia. Resultado: contribuiu para o meio ambiente e gerou um produto que vai gerar lucro: essa é uma ação sustentável.

 

Fonte: B.I. International

MODELOS SUSTENTÁVEIS TRANSFORMAM RESÍDUOS EM ENERGIA E LUCROS

Nas últimas décadas, houve uma ampla mobilização entre os países por práticas e soluções que pudessem melhorar a relação do ser humano com o meio ambiente. Desde reuniões, como as realizadas em Copenhague, e até assinaturas de termos, como o protocolo de Kioto, boa parte das nações começou a pensar sobre como será o futuro ambiental do nosso planeta.

 

No mundo empresarial, o tema também começou a fazer parte da agenda de muitas organizações. Diversos empreendimentos começaram a pensar sobre a sustentabilidade e associar sua imagem a ações voltadas para a responsabilidade socioambiental. Bancos, indústrias, estatais e companhias de diferentes segmentos aderiram a essa prática. Como resultado, o tema tornou-se papo presente entre empresas e consumidores, configurando-se num posicionamento de ética e transparência para quem o adota.

 

No entanto, se antes o intuito era apenas transmitir a imagem de "politicamente correto", hoje, as questões de responsabilidade sócio/ambiental estão mostrando ser uma necessidade eminente sendo, inclusive, muito lucrativas para quem as utiliza. Uma dessas vertentes que está crescendo é a da agroenergia – com a busca de alternativas energéticas menos poluentes e com perspectivas de renovação continuada.

 

Esse tipo de fonte energética ganhou força, principalmente, com o crescente aumento do preço do petróleo, a possível instabilidade de suprimento e o risco das alterações climáticas derivadas da liberação excessiva de gases causadores de efeito estufa. E há iniciativas bem interessantes nesse segmento.

 

Sonho juvenil

 

Um empresário que arregaçou as mangas e acreditou nesse tipo de energia sustentável foi o administrador Alessandro Araújo Gomes. Antes mesmo de entrar na faculdade, ele alimentava o sonho de se envolver em um projeto sustentável. "A ideia de montar um negócio surgiu há muito tempo, numa aula de ecologia, em 1989. Depois de formado em Administração, com bastante vontade, comecei a procurar algo que juntasse preservação ambiental e geração de energia, e acabei encontrando o programa nacional do biodiesel, em 2006", conta.

 

Em 2008, Alessandro escreveu um plano de negócios e buscou financiamento junto a amigos e parentes para montar uma usina de produção de biodiesel. Com o projeto em mãos, a Prefeitura Municipal de Cruzeiro, em São Paulo, cedeu uma área no Distrito Industrial I, possibilitando, assim, o início das atividades. Lá é reciclado o óleo de fritura usado em restaurantes, cozinhas industriais, lanchonetes e condomínios para fabricação do combustível, bem como nas indústrias de sabão, ração e resinas.

 

Com uma produção mensal de 10 mil litros, o empresário sabe que ainda há um grande caminho a percorrer. "Para os próximos anos, esperamos um crescimento significativo na coleta de óleo de fritura usado e gorduras residuais em função do aumento da consciência da população. Estamos ajudando a plantar um futuro melhor. Sabemos que o trabalho é difícil e demorado, mas os frutos serão bons para todos", salienta.

 

A união faz a força

 

A iniciativa de utilizar resíduos para gerar energia também movimenta grandes entidades. A Petrobras Biocombustível, por exemplo, fez uma parceria com a rede de catadores de resíduos sólidos recicláveis do Estado do Ceará e implementou, em dezembro de 2011, uma Estação de Tratamento Primário de Óleo e Gorduras Residuais (OGR) na Usina de Quixadá, na cidade de Fortaleza.

 

A unidade tem capacidade de filtrar 30 mil litros/mês de óleo de cozinha e contribui para o desenvolvimento do Programa Cuidar, voltado à coleta e ao beneficiamento desse óleo destinado à produção de biodiesel. De acordo com Silvano Cavalcante, gerente de suprimento da usina, a implantação dessa unidade vem ajudar toda a região metropolitana. "Com esse avanço, aumenta a possibilidade de reaproveitamento desse óleo e diminui seus impactos ambientais e sociais, gerando postos de trabalho e agregando valor e renda a uma atividade já realizada pelos catadores", destaca.

 

A parceria da Petrobras Biocombustível com a cooperativa de catadores já se estende para outros locais como Bahia e Minas Gerais - estados onde estão localizadas suas usinas de biodiesel. Apesar de essas iniciativas serem realizadas em localidades específicas, as ações criam perspectivas de um mundo de possibilidades, em que a utilização dos recursos da natureza podem garantir não apenas um ecossistema no futuro, mas uma nova forma de fazer negócios.

 

Fonte: Administradores - 02/03/2012